A "avaliação" do boy!

Tempo de leitura: 2 minutos

Ontem foi dia de reunião de pais.
Normalmente, só costumo ir eu,
porque o husb está a dar o couro no trabalho.
E lá fui, pronta a babar-me até mais não,
com elogios ao meu mais-que-tudo
coisinha mais fofa e apetitosa da mãe!
Nestas idades é para isso que servem as avaliações, ou não?!
Para dizerem maravilhas dos nossos filhos e nos contarem as traquinices
às quais é impossível conseguirmos disfarçar um sorrisinho orgulhoso….
NÃOOOOOOO?!?!?!?!?
Pois que, mal entrei na sala e me sentei pronta a ser bajulada,
a educadora diz-me que naquela folha só vinham as coisas más,
às quais demonstrava dificuldade, e que as boas não eram para ali chamadas…
COOOOMO?!?!?!


Enfim, meti o ship (ela sabe, não se preocupem) e não ouvi nada
das coisas que ele NÃO SABE FAZER como vestir-se, ir à casa de banho,
concentrar-se – tirando quando são coisas com animais -, comer sem sujar,
desenhar a figura humana, e outras coisas que quase nem eu consigo fazer!!!
Ele tem 2 anos e 2 meses!!!
(Que exigências sérias se podem ter com estas idades?!)
É o mais novo da sala porque é de Dezembro.
É esperto, activo, FELIZ (tão feliz!!!)
and Nothing Else Mathers!!!!
Quero lá saber se consegue saltar com os pés juntos!!!
Voltei a aterrar na reunião, já extra plano do Ministério da Educação –
quando ouvi as palavras:
desenvolvido-para-a-idade-fala-tudo-é-reguila-sabe-o-nome-de-todos-os-bichos-etc!

Isto para vos contar que o meu problema mais grave enquanto mãe
é não ser minimamente exigente.
Há quem peque por excesso, eu peco por escassez.
(Juro que ando em busca do equilíbrio!)
Não me interessa nada
– porque graças a Deus tenho filhos normalíssimos –
estes padrões comportamentais e sociais que lhes impõem.
Se são saudáveis, não vejo porque têm de andar ao 1 ano,
falar aos dois, deixar as fraldas aos 3, assoar-se aos 4,
usar um canivete suiço aos 5…
Cada um tem o seu tempo e a evolução não é estática
ou por estafetas.
Agora… se o meu filho estiver infeliz, não brincar, não tiver amigos…
Ahhh isso sim, tira-me do sério!
E se quando for grande não quiser ir para a universidade
e preferir dar aso a uma grande paixão, ou correr mundo a ajudar os outros,
tudo bem!
Desde que seja feliz, tudo bem!
Borrifei na figura humana!!!

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21 thoughts on “A "avaliação" do boy!

  • Fiquei pasma a ler isto!! Mas então com 2 anos (tem a mesma idade que o H, uma diferença de dias), e na escola dão realce ao que o miúdo NÃO sabe fazer? Atenção: não são "atrasos" nem "deficiências", ou comportamentos antissociais, são coisas como "não sabe retratar o ser humano"?!?! Oi?? Sabe lá a prof se ele não a está a retratar exatamente como a vê na sua imaginação?! Juro que estes limites e referências me tiram do sério!!! E depois lá se cai na "bitola" estereotipada: com esta idade este já faz isto e este não. Odeio comparações destas!! Volta e meia caio na comparação entre os meus filhos, mas porque têm exatamente o mesmo tipo de criação, os mesmos pais e afinal são tão (serão?!) diferentes. Mas nunca e nunca mesmo os comparei ou hei de comparar aos coleguinhas ou amiguinhos. E que depois um pai/mãe chegue à escola e se depare com coisas como "não salta com os 2 pés juntos". Mas salta, certo?! Pula e corre, right?! Então, qual o problema, sra.?!!!
    Isto enerva-me…

  • Hihihi Teresa! Não é a senhora, coitadinha!!!
    É o programa do Ministério da Educação…
    No final, a ediucadora deu-me os docinhos todos que eu queria!
    E ele salta!!! Salta muito! 😉
    Mil beijos

  • Esta semana também tive a avaliação do G. Vim de lá super contente porque ele desenha a figura humana e tal, e estas coisas deixam-nos babadas, mas não ficaria menos babada se ele não o fizesse. Em compensação, não larga o raio das fraldas, por nada (pode estar borrado até ao pescoço e finge que não é nada com ele)… Mas não deixo de me babar. Digamos que sou uma mãe seletiva na informação. Ou seja, fico super contente com os feitos e opto por ignorar o que ele ainda não faz. Sei que mais cedo ou mais tarde o fará. Por acaso dava-me jeito que ele largasse as fraldas. Sempre poupava uns tostões 😉

  • So true! As comparações são mortais e a forma generalizada como avaliamos os outros, só nos prejudica. Porque somos todos diferentes e cada qual segue o seu caminho, que não tem de ser melhor nem pior que outro!
    Na última reunião de pais do meu filho de de 2 anos uns pais insurgiram-se porque o filho não reconhecia todas as cores e diretora da escola disse isto, para que todos ouvissem:
    – Um dia, gostava de chegar a estes encontros e ouvir um pai perguntar quantos abraços é que nós demos ao filho.
    A empatia é a maior ferramenta que podemos dar aos nossos filhos. O amor e o respeito ensinam mais que qualquer tabela matemática.
    🙂

  • Se não consegue saltar com os pés juntos pode ser sinal de deficiência motora… tudo o resto subscrevo como "vódrasta" dum piratinha de 3 anos e 3 meses! 😉
    Aliás, eu não sabia que era tão difícil ser avó!
    Ele é tão lindo e tão esperto e tão perfeito e de repente vem a educadora e diz que não obedece o que pode ser sinal de x e vem o médico e diz que pode ser sinal de y… e os meses passam e ele cresce lindo e saudável e perfeito e afinal nem sinais de y ou x e o meu coração viveu momentos apertados por causa daquelas suspeitas exageradas! 🙁

  • Também não concordo nada com essas referências rigorosas, apenas que sejam usadas como indicadores, nada mais!
    E muito menos concordo que numa reunião sejam relatados os aspectos "negativos"! É pela evolução do antes para o depois que se deve avaliar, isso é que é o positivo!
    O boy está top!
    Bjs

  • Condordo plenamente!
    O fundamental é serem felizes 🙂
    Cada um tem o seu ritmo, a sociedade pressiona demais para serem todos "padronizados"!
    O que eles precisam é de brincar e aproveitar para serem crianças – porque é o que eles são.
    Um beijinho 🙂

    cafecanelachocolate.blogspot.pt

  • Antes de mais, Rita, não deveria ser aquilo que ele "NÃO sabe fazer" mas sim aquilo que ele "AINDA não consegue ou AINDA não aprendeu a fazer".
    Essas avaliações, na minha opinião, têm muito que se lhe diga, pois por muito que se defenda que cada criança é uma criança, que devemos dar tempo ao tempo, que eles precisam de brincar, blá, blá, blá…a tendência é comparar, exigir e definir competências a atingir, esquecendo aquilo que deveria ser o mais importante, deixá-los crescer ao seu ritmo.
    Não devemos esquecer que uma criança é ser único, que cada família é um mundo e se é fundamental despistar precocemente dificuldades e limitações, é igualmente fundamental deixar as crianças ser aquilo que são, CRIANÇAS.
    Beijinho grande 🙂

  • Oh ! Rita….Santa paciência !!!!!
    Padronização,é o que estes sr.ºs a-d-o-r-a-m.
    Também fico doida !!!
    Estas « bitolas » de equiparação são tão,mas tão estúpidas,que só dá vontade de dar estaladões.
    Aos srº.s,claro.
    Isto e as criancinhas do 1ºano serem OBRIGADAS a ler( creio )55 palavras por minuto !!!
    WTF ?
    E se fossem….58,boa ?
    Se me permite Rita,vão todos,mas todos…ocupar-se da vidinha deles e DEIXEM as crianças crescer em paz e ser FELIZES.
    E já agora,RESPEITO por cada um ,não ?
    Beijiños

    . margarida .

  • Isso é uma treta, o Ministerio da Educação não tem programa para os 2 anos (o que seria..). O que há é fichas standard por onde os miúdos são "avaliados" e escolas que centram a sua comunicação com os pais nesses mesmos standards, valorizando-os. Lá está,a importância que é dada a esses parametros é decisão da coordenação pedagógica da escola. O ministério não tem nada a ver com isso. Posso dizer-lhe que no caso dos meus filhos, há uma só reunião anual em que essa famosa ficha é dada aos pais. Não é comentada, nem esmiuçada. Se houver algum problema a Educadora teria dito em momento oportuno. A "avaliação" não é de todo valorizada. Nem devia ser em local nenhum. Beijinhos,Sandra

  • é a nova mania das escola – a avaliação.

    uma criança de 2 anos só tem que ser feliz.
    excepto casos graves nem sequer se podem detectar atrasos de desenvolvimento.

    já agora o meu filho de 10 anos ainda não desenha a figura humana decentemente. e é um aluno fabuloso.

  • A minha filha tem 9 anos… E gostava de ser arqueóloga, médica, cantora, etc…Eu já lhe disse: "só quero que sejas feliz" Sim gostava que tirasses um curso superior, ficaria muito orgulhosa…
    Digo-lhe sempre que ela deve dar o máximo na escola. Mas se souber que está feliz eu também estarei feliz!

  • Olá, Rita.
    Nem de propósito este post… o Martim tem 5 anos (é de Agosto) e é filho único…

    1- Detesto comparações…

    Quando aos 2 anos foi para a escola junto com a prima, mais velha 2 meses (e segundo rebento da minha irmã), estava mais que visto que ia haver comparações… Ela como uma girl que se preze sempre foi muito à frente: começou a caminhar aos 12M (o meu só depois dos 18M), começou a falar correctamente com frases completas +/- 18M (o meu aos 2,5 anos e, e, e, era preciso puxar por ele) ela deixou fralda de dia primeiro… porque a da noite ainda usam os dois! mas as comparações (negativas) acabam aqui…

    2- Programa escolar

    A cabeça do meu filho "distraído" anda noutro planeta – o planeta dos números e das letras…

    Desde os 2A que aprendeu sozinho as letras do alfabeto (no computador do noddy), tirei-lhe o computador (ouvi opinões…) ainda era muito cedo… Aos 3 sabe soletrar e escrever o nome dele e várias palavras (substitui por jogos no computador – mas o rapaz só gosta de jogos mentais; Aos 4 sabe fazer contas de somar e subtrair durante 4/5 meses tirei-lhe os livros das contas…

    Na reunião do final do 1ª período a professora virou-se para mim e diz que ficou espantada quando ele conseguiu fazer num livro de exercícios que ela tinha contas de somar, tipo 2+1, 3+1… como eu nunca tinha falado à professora o que ele sabia, só respondi "professora, isso para ele, já é básico, ele já soma dezenas e centenas!" e aí contei um pouco do historial dele…

    Agora quer aprender "o vezes"… e quer prender "a juntar as letras" para aprender a ler, porque segundo ele, não sabe ler para poder mexer no computador ou no tablet!…

    3- Dúvidas
    A questão é que as coisas que estão no programa ele fica aquém, pintar não é com ele, e aí eu insisto, compro livros de pintar, lápis, marcadores…insisto porque faz parte do "programa" adequado à idade dele…

    Mas verdade verdadinha, o que me custa é não poder estimular o facto de ele querer aprender mais porque quando chegar ao 1º ano(?) tenho receio que ele perca o interesse nas aulas porque já sabe a matéria…

    …e depois segundo o novo programa escolar, a matemática já não se ensina da mesma maneira… confusão, confusão… não sei o que pensar nem o que fazer…

    dicas?

    Jinho,
    Marta Cruz

  • Tive/tenho alguma dificuldade em aceitar essas avaliações. Porque a sensação com que fiquei relativamente a educadora do meu filho foi a de que a educadora se sente em cheque se eles nao conseguem fazer algumas coisas. Aos 3 anos achava que na primeira avaliação iam elogiar o facto de nao usar fralda nem chucha e saber comer sozinho, mas não. Nao sabia desapertar botões da bata, calçar sapatos e pintar dentro dos limites do desenho. E na avaliação dos 4 anos parece que tem dificuldade em resolver tangran(????? Até eu! !!!) E nao reconhece o seu nome escrito(pois, porque será…)

  • Rita,

    como me revejo nisto! O meu M. também é de Dezembro e sendo rapaz, quando chega a altura das avaliações, só oiço a educadora é dizer que ele tem dificuldade em se concentrar…ele tem 4 anos!!!!!! Isto é SÓ ridículo! Ele tem idade para se divertir, fazer amigos, brincar, etc. e não estar preocupado em se concentrar (pelo menos é o que eu penso). Naturalmente que as comparações com os meninos do mesmo ano que são de Janeiro (leia-se, quase com MAIS UM ANO) não serão muito justas, digo eu! Custa-me ainda estes momentos de avaliação, mas é como diz, se ele está feliz…o resto nada importa! Confesso que já evito a educadora…bem sei que a "culpa" não é dela, mas não consigo evitar. O meu filho é feliz e super-hiper-mega inteligente, saudável, brincalhão e that's all that matters! :-)))

  • Depois de ler aqui tanto comentário sobre mães de meninos de dezembro, penso que é um tema interessante para debater, Rita.
    O meu H vai fazer os 3 anos a 6 de dezembro. Vai entrar para o colégio onde já anda a mana (com 7) em setembro… Já antes tinha ouvido que lá a "política" é os meninos só entrarem no 1.º ano com os 6 anos feitos… Quando fui inscrever o H, disseram-me que se calhar ficaria agora na sala dos bebés (onde a média é de 2 anos) e não na dos 3. Ora se o ano civil em que ele faz 3 é este parece-me justo que fique com os outros meninos de idade semelhante. Lá está, é capaz de sentir algumas diferenças, mas não será melhor ser puxado por meninos mais avançados do que correr o risco de regredir (ele já não usa chucha, nem biberão – bom nunca bebeu por biberão mesmo… – e até lá pretendo ir tirando as fraldas…) com os mais pequeninos?
    O que acha, Rita? Como o seu tem uma diferença de dias do meu H… 🙂
    Um beijinho.

  • Olá Rita,
    Concordo, concordo, concordo: saudável e feliz. O que podemos querer de mais importante para um filho?!

    P.S. 1 – Adoro ler este blog, pela escrita e pelas histórias.

    P.S. 2 – Finalmente consigo inserir comentários 🙂

  • Abomino por completo a perfeição que é exigida nas crianças, hoje em dia. Têm de ser bons a tudo e os pais ficam babadíssimos quando os rebentos são uns prós e alvo de bajulação pelos educadores/professores. O menino/a menina perfeitinho/a!!! Acima de tudo, que consigam aprender conforme o desenvolvimento físico e intelectual e sejam crianças saudáveis e felizes.

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