Se eu escolhesse tinha os mesmos filhos outra vez, e outra vez… e outra vez. Gosto de tudo neles. Mesmo o menos bom. Ok, vou ser mais honesta. Do mau gosto depois de ter passado. Como aquelas birras de fim do dia quando estou exausta e me apetece chorar, como as mil vezes que os chamo para jantar, para o banho, para lavarem os dentes, para se pentearem, quando se enchem de areia na praia antes de lhes pôr creme, quando lhes estão a calçar as meias, se atiram para trás e me dão uma cabeçada no queixo, quando “Picassaram” o sofá a traço roxo ou lhe deitaram 5 litros de azeite em cima (de verdade!), quando se levantam 5 mil vezes antes de dormir, quando se pegam por tudo e por nada, quando me acordam às 6 da manhã ao fim de semana porque está de dia, quando nem 2 minutos me dão a sós na casa-de-banho, quando trepam por mim acima quando estou mesmo a acabar de editar no computador, quando percebo as unhas de gel são a melhor opção para mim mas que até elas deixo chegar a um estado lastimável, quando tenho saudades de um sunset a dois e um gin tónico fraquinho, quando estou há 3 meses para marcar um fim-de-semana mesmo aqui e ainda não consegui deixá-los, quando estou dias e dias a refletir na escola vou escolher para a primária.
E depois. Existem eles.
Existe a minha girl que é a tímida mais corajosa que conheço, que se supera, que não deixa a sua vergonha natural atrapalhar-lhe a vida, que é doce, e tão generosa que dá vontade de chorar, que faz acontecer as coisas, que é positiva, que aprendeu a ser meiga, que ama tanto animais [e eu quero tanto dar-lhe um], que é sensível, que fala, e fala, e fala, [e fala em sopinha de massa que é uma delícia] que é boa, mesmo boa pessoa, no seu interior, que me diz: Esta era a mãe que eu queria!
Existe o meu boy. E acho que ninguém é mais apaixonado por mim que ele. Nem os meus pais, nem o meu marido. Ele tem mesmo um Crush por mim. É a ferinha mais meiga do mundo, faz rir a mais trombuda das pessoas, faz biquinho a falar, dá abraços como ninguém, não tem medo de nada, mesmo sendo o mais novo e mais pequeno da sala, é esperto que nem um alho – nunca entendi esta expressão * -, ele conquista à primeira, gosta de cheirar flores e oferece-me uma quase todos os dias, sem saber que isso é coisa de romântico.
Estes são os filhos que não escolhi. Mas que escolhia de certeza!
* Obrigada ao Google. ” vem do portuense Afonso Martins Alho que foi responsável pelo tratado de 1352, entre a Inglaterra e Portugal
Olá,
Sobre a expressão "fino como um alho" devo dizer que é uma expressão que nasceu aqui no Porto, por causa de um portuense de seu nome Afonso Martins Alho, que foi responsável pelo tratado de 1353, no reinado de D. Afonso IV, entre a Inglaterra e Portugal e que, pela sua sagacidade. Diz-se que um indivíduo é "fino como um alho" ou "fino que nem um alho" se ele é muito esperto, muito sagaz e astucioso.
Bjs
Dulce Barbosa
Simm!! Já fui googlar ehehehe Sempre a aprender!
Adorei ler. E é verdade, sem escolher, são as nossas escolhas acertadas. 🙂
Querida Uba. Mil beijos
Mil beijinhos Rita e mais uma vez obrigada pela partilha… por nos ajudar a relativizar os problemas do dia-a-dia e os "dramas" da maternidade!! Ser mãe é o melhor do Mundo mas também a tarefa mais difícil que temos!!!!
♡Joana Russell♡
Joana, obrigada também por vir sempre aqui dar uma alegria. É isto que dá força para continuar! <3
Que texto delicioso, se eu soubesse escreveria um assim 🙂
Tão querida! Obrigada! <3