A verdade é esta.!
O meu pai tem pânico, a minha irmã frita o bróculo,
e eu, a mais controlada, não gosto nem um bocadinho.
(Mãe e irmão uns destemidos!!!)
Descolar é coisinha para não me deixar dormir de véspera;
ficar a soar das mãos; rezar a todos os santinhos;
– apesar de estar ciente que aterrar é bastante mais complicado
e quando acontecem a maioria dos acidentes –
fazer uma retrospectiva à minha vida
e arrepeder-me de coisas que fiz ou não fiz.
Também sei que andar de carro é, em termos estatísticos,
muito mais perigoso,
mas o não ter os pés no chão e a sensação de uma possível queda
dão cabo de mim…
Levo a viagem a pensar como será a vida dos meus filhos sem mim,
a respirar fundo quando apaga a luz dos cintos e
a suspirar de alívio quando acende,
a controlar a cara dos comissários de bordo
e das hospedeiras à procura de uma mínima expressão de pânico,
a sentir todos os barulhinhos…
O pior é quando há um barulho que parece que o avião vai abrandar,
(porque raio um avião abranda?!)
em que penso MESMO que estamos em queda!
Quando, por motivos profissionais, tinha de viajar muito estava melhor.
Já cansada de voos, fartei-me também de ter stress.
Agora, menos acostumada (filhos + crise + novo posto de trabalho) ,
voltou tudo outra vez.
Para São Miguel, o tempo não estava famoso…
E aquelas explicações do Comandante do vento estar muito forte,
da concreta turbulência, chuva e mais tantas coisas que poderiam
atrasar a chegada, deixaram-me que algo apreensiva.
Aterrámos no meio de uma verdadeira tempestade
e com a minha barriga contraída a ponto de me doer.
Depois tive esta conversa com uma senhora com os seus 70 anos,
açoriana, muito querida:
– Ah! E aquela aterragem?! disse eu. Coisa horrível!!!
Diz ela: Foi?! Não dei por nada!
O regresso foi muito mais amigável. E parece que tive sorte azar de conseguir regressar!
(É que por mim, não fosse a questão aérea, até ficava lá por uns tempos a viver.)
Agora já estou a pensar em estratégias para não contaminar os meus filhos
com o meu medo quando formos para a Disney!
Acho que vou fingir que estou a dormir!!!
Partilho o mesmo PAVOR!!!
É que se aquilo avaria, não encosta à berma à espera do reboque!!!
Só de pensar dá-me calafrios!
Também odeio. As aterragens quase me põem a vomitar. E viajar com filhos e não lhes passar o nosso pavor ?! Já fiz umas aterragens de me deixar com os cabelos em pé. De ficar com muita vontadinha de ir mandar os pilotos à m…dinha. De me rir com os assistentes de bordo quando lhes desejo melhores voos, com outros pilotos…
Falta de habito. Tenho que viajar mais 🙂
Olá Rita,
Há muito tempo que sigo o seu blog. Venho cá praticamente todos os dias ler as novidades. Em cada foto da sua filha revejo um pouco da minha filha. Há traços semelhantes!!
Neste post revejo-me em cada palavra. Acredita que sou agente de viagens? Um agente que tenta transmitir aos outros confiança mas que no fundo morre de medo de andar de avião!!! Não viajo mais vezes pelo receio do voo. Uns 2 dias antes os batimentos cardiacos aceleram, as noites são mal passadas e com pesadelos. Quando entro no avião as mãos ficam geladas e suadas. Vou sempre em alerta com os barulhos, com a cara das hospedeiras, etc…Se aquilo apanha um pouco mais de turbulência começo logo a rezar o pai nosso para aquilo normalizar. Como vê entendo-a na perfeição!!
Veja lá que nem queria ir à Madeira porque ouvia dizer horrores das aterragens por causa dos ventos. Mas, felizmente correu bem.
Vim há poucos dias da Turquia mais precisamente da Capadócia onde tive oprtunidade de andar de balão de ar quente, mas ao mesmo tempo que tinha uma expectativa enorme desejava que estivesse mau tempo para o balão não poder descolar. Sorte a minha estava um tempo espectacular porque digo-lhe que adorei andar de balão. O medo foi desvanecendo e até senti prazer.
Boa viagem para a Disney e aproveitem. Eu adorei e só estou à espera que a minha filha cresca mais um pouquinho (vai fazer 3 anos em Abril) para a levar lá.
Beijinhos e parabéns pelo blog 🙂
Susana
Qual medo qual quê, Ritinha (tenho sim). Hoje dava tudo para me enfiar dentro de um avião e na ausência do comandante até o pilotava. Dias!