Talvez por ter este horário – talvez não – converso muitas vezes com uma colega amiga sobre a arte de sobreviver ao acordar às 5h30 da matina todo o santo dia útil.
Claro que a partir das 21h30, o nosso castelo encantado começa a desmoronar-se, sem ratinhos para ajudar, os sapatos de Cristal viram pantufas, o príncipe a tirar a loiça da máquina… enfim: O ROMANCE!
Vivemos às horas contadas, de quanto vamos dormir, do quanto tempo falta para voltarmos a estar acordadas, e cansadas com o que vem no dia seguinte.
A minha companheira de cela e eu já conseguimos perceber que algum tempo para nós é mesmo importante. Se pegamos o primeiro turno – o trabalho fora de casa – com o segundo – o dentro de casa, igualmente trabalhoso – ficamos intragáveis e o nosso dia transforma-se um terror. para nós e para quem venha à frente.
A ginástica fez-me muito bem e, agora, as sessões do Crush* também são boas para quebrar a rotina. (Às vezes basta ir ver o mar!)
No entanto, há dias em que o cansaço é tal que ficamos intragáveis e eles têm de levar connosco.
No dia seguinte conversamos sobre isto, – tipo confessionário – sempre tristes e com pesos na consciência a acharmos que somos as piores mães do mundo.
A verdade é que a vida não é perfeita, as pessoas não são perfeitas, os horários não são perfeitos.
E que as princesas, às vezes, também andam despenteadas.
Eles próprios – os nossos anjinhos – estão muitas vezes intragáveis e nós gostamos deles à mesma.
Os filhos desculpam os piores dias dos pais, se os dias médios e os bons forem perfeitos.
Nestes piores dias, um bocado de mau feitio e – vá lá – uns ralhetes têm absolvição. Tudo para além disto, fechem-se na casa de banho e contem até cem. (Mil?!)
Estes dias, servem para que eles percebam que a paciência tem limites, que há barreiras e que, somos perfeitos, não o sendo. Nunca fiquem tristes quando têm um dia mau. Desde que mantenham o respeito por eles, – violência psicológica conta tanto como a física – está tuuuuuudo bem!!
Enfim, estou aqui a falar de barato. Não sou psicóloga.
* Hoje sai resultado deste passatempo… uhuhhhhhh
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E o que eu gosto dos livros da Marta Gaultier e de a ouvir. É uma mulher despachada que diz o que pensa, sem pensar que pode parecer mal. Adorei vê-la à pouco tempo na tv a proposito de uma peça de teatro, sou fã.
Bjos
Maggie (outra mãe imperfeita)