Há 13 anos que trabalho nas e as notícias e se há algumas em que me não me deixo afectar, as com crianças mexem muito comigo.
Admiro os profissionais que conseguem ver isto como um filme mas eu transporto logo para o meu dia-a-dia e os que me rodeiam. E, claro, fico no lodo.
Hoje é daqueles dias em que deixei cair uma lágrima. – para não dizer que chorei imenso – porque tive de dar a notícia de uma mãe de 27 anos que saltou do 6º andar com o filho de 2 anos ao colo.
Hoje é daqueles dias em que deixei cair uma lágrima. – para não dizer que chorei imenso – porque tive de dar a notícia de uma mãe de 27 anos que saltou do 6º andar com o filho de 2 anos ao colo.
Ela morreu logo, ele morreu hoje, depois de um dia a sofrer no hospital.
(E depois outra em França, que parece ter sufocado os seus 3 filhos.)
Comecei a bater mal quando a minha cabeça me levou – e não conseguia deixar de pensar nisto – para a confiança que os filhos têm nos pais e o que deve ter pensado aquele bebé (por favor que não tenha percebido)…
Claro que fiquei péssima e andei para aqui a armar-me em forte.
Não vou condenar a mãe. A sério. Aprendi que estas coisas transcendem a razão, que ninguém tomaria esta atitude se a sua vida fosse boa, se a sua cabeça estivesse sã. Nunca mais julguei depois de ver que quase todas elas são prisioneiras de uma coisa: A depressão.
Tenho vindo a constatar o enorme número, principalmente no pós parto, das mulheres vivem num silêncio ensurdecedor e numa solidão enorme.
Umas abandonam os filhos, outras dão para adopção, outras matam ou matam-se. Reparem que nestes casos elas são mães recentes. Não pode ser coincidência.
Quando fiz a minha ginástica pós parto, a enfermeira (querida Isabel Cruz que me ajudou a corrigir o Socorro) pôs toda a aula a ver um filme. (atenção que é muito forte)
Faz sempre isso em todos os grupos que ali passam. O filme é um sufoco. A mãe recente vive num túnel escuro, sem saídas aparentes, numa impossibilidade brutal de dar a volta. Há uma barreira entre ela e o marido, e o filho, e a família e o mundo. Faz coisas horríveis e percebe-se a sua incapacidade de libertação.
O filme, estrangeiro, não teve só a intenção de alertar.
Esta minha querida amiga enfermeira é esperta e sabia que ali poderiam andar potenciais mães com este problema.
Depois de o verem, algumas das alunas, identificaram-se, e foram ter com ela a pedir ajuda. E acredito que ela, ali, pode ter salvado mais que uma vida.
É uma realidade. Ela existe.
Todos os sítios que lidam com mães recentes, médicos, enfermeiras, centros de saúde, psicólogos, etc deviam estar alerta. Maridos, pais, os avós, amigas, colegas tenham atenção aos sinais.
Se um dia me perguntassem o que queria na vida… era isto. Não dar notícias destas.
Um beijinho
(E depois outra em França, que parece ter sufocado os seus 3 filhos.)
Comecei a bater mal quando a minha cabeça me levou – e não conseguia deixar de pensar nisto – para a confiança que os filhos têm nos pais e o que deve ter pensado aquele bebé (por favor que não tenha percebido)…
Claro que fiquei péssima e andei para aqui a armar-me em forte.
Não vou condenar a mãe. A sério. Aprendi que estas coisas transcendem a razão, que ninguém tomaria esta atitude se a sua vida fosse boa, se a sua cabeça estivesse sã. Nunca mais julguei depois de ver que quase todas elas são prisioneiras de uma coisa: A depressão.
Tenho vindo a constatar o enorme número, principalmente no pós parto, das mulheres vivem num silêncio ensurdecedor e numa solidão enorme.
Umas abandonam os filhos, outras dão para adopção, outras matam ou matam-se. Reparem que nestes casos elas são mães recentes. Não pode ser coincidência.
Quando fiz a minha ginástica pós parto, a enfermeira (querida Isabel Cruz que me ajudou a corrigir o Socorro) pôs toda a aula a ver um filme. (atenção que é muito forte)
Faz sempre isso em todos os grupos que ali passam. O filme é um sufoco. A mãe recente vive num túnel escuro, sem saídas aparentes, numa impossibilidade brutal de dar a volta. Há uma barreira entre ela e o marido, e o filho, e a família e o mundo. Faz coisas horríveis e percebe-se a sua incapacidade de libertação.
O filme, estrangeiro, não teve só a intenção de alertar.
Esta minha querida amiga enfermeira é esperta e sabia que ali poderiam andar potenciais mães com este problema.
Depois de o verem, algumas das alunas, identificaram-se, e foram ter com ela a pedir ajuda. E acredito que ela, ali, pode ter salvado mais que uma vida.
É uma realidade. Ela existe.
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Um beijinho
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O Socorro! Sou mãe… também está no Facebook
Palavras que tocam! <3
Qual o nome do filme que fala?
Vou tentar saber e acrescento aqui no post! Um beijinho
Aqui. http://www.youtube.com/watch?v=Wgsl9VvGcNI
Passei por lá. Não desejo a ninguém. Na altura (há 10 anos) a ajuda que tive foi a força do meu marido, dos meus pais, apoiada por um médico de clínica geral, O dinheiro só chegou para 4 sessões na psicóloga. Sem saber para onde me dirigir, pedi ajuda onde não a encontrei, pois a depressão que tinha não se enquadrava em nenhuma associação (às que pedi ajuda nenhuma me indicou as linhas de apoio que indica neste post – nem sei se existiam na altura, uma época em que ainda não tinha internet em casa), em nenhum hospital ou centro de saúde. Perguntei por grupos de apoio – resposta: no nosso país não há "essa tradição" e só havia em Lisboa para pessoas com adições. O centro de saúde não dava apoio pois não tinha médico de família. Depois de tudo superado ficou a mágoa de ver que, involuntariamente, a depressão teve os seus efeitos na bebé. Ficou a sensação de que ninguém quer falar "disso", para não chatear ou porque "só acontece às outras mães". Só ouvia na altura: "não fales disso". A sensação com que fiquei foi a de que a sociedade ainda nos empurra mais para dentro do "túnel".
Sem palavras.
Dói tanto imaginar… faz frio na barriga….
Só me apetece abraçar a minha filha e ficar assim,a sentir o seu coração juntinho do meu.
É uma realidade assustadora. É algo medonho. E a depressão é uma doença silenciosa. Tem de ser as pessoas a quererem ser ajudadas. E, se alguém consegue vislumbrar sinais em outros, deve tentar ajudar.
Obrigado pelo alerta.
homem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
Antes afetava-me, mas desde que fui mãe que fico sem palavras para descrever o que sinto quando oiço notícias destas. É preciso que as famílias apoiem estas mulheres e vejam os sintomas para as poderem orientar na procura de ajuda. Um final triste para esta mãe e para este bebé, que nem teve hipótese de viver a sua vida.
Infelizmente estive num poço sem fundo! Nasceu o meu filho há 2 anos atrás e tudo o que eu sentia era uma agonia enorme, um mal estar constante, que não me deixou dormir durante 6 dias seguidos (um total de 144 horas sem dormir), tendo que entretanto ir a um psiquiatra que me diagnosticou pânico e me medicou. mas mesmo com toda a ajuda do meu marido, da minha família que foi sempre incansável, a situação piorou e perto da altura do Natal diagnosticaram-me depressão pós parto! Sofri tanto e a minha família à minha volta tb! Foi um trauma tão grande que ainda hoje existem coisas que, ao fazerem lembrar-me daquela época me fazem sentir triste, em pânico, com medo de voltar a passar por tudo outra vez! Ainda hj tenho tratamento psiquiatrico e faço psicoterapia e sou uma sortuda, porque tenho possibilidades de comportar essa despesa e tenho tb muita sorte porque o meu filho sempre foi uma criança fácil e muito meiga e querida! Ninguém devia passar por isto. muito menos quando se tem um filho, porque perdemos tanto e ele perde também! Ainda hj tenho mazelas e ainda não estou curada, mas já sou novamente eu (pk eu deixei de ser fosse o que fosse) e sou mãe!
O que consegui perceber, é que realmente pouco se fala sobre esta doença, pouco se alerta as grávidas para tal realidade e muita coisa tem que ser feita neste setor! Eu sou psicóloga e sei que quero criar um projeto que para além de abrir os olhos da sociedade para esta dolorosa realidade, tb quero criar grupos de ajuda para estas mães que sofrem de uma doença tão dilacerante!! Felizmente, eu estou viva, mas muitas vezes pensei que queria deixar de estar! Também pensei em abandonar todos e fugir (sabia que o meu menino estava bem entregue), mas não o fiz, principalmente por mim, porque eu queria saber o que era novamente sentir-me contente, sentir-me feliz e porque queria muito, mas muito mesmo ficar boa! Ainda não estou totalmente, mas estou lá quase! Força mães que não vêem luz ao fundo do túnel! Procurem ajuda! E acreditem que a luz aparece!!
Quando eu leio notícias como esta, eu não consigo condenar aquelas mães (e não estou a falar de mães maltratantes, que fazem mal aos filhos sem qualquer problema de consciência). Essas mães estão em grande sofrimento e tenho quase a certeza que a culpabilidade as segue para todo o lado! Já não conseguem pensar, estão completamente desesperadas e muitas delas sem qualquer tipo de ajuda ou entendimento!
Infelizmente a sociedade ainda não está preparada para aceitar este facto tão aterrador: como é possível uma mãe sentir-se tão mal com o seu filho que devia ser uma benção! Mas a verdade é que isto acontece e a sociedade tem que se preparar, mesmo para tentar prevenir que estas situações aconteçam!
Infelizmente estive num poço sem fundo! Nasceu o meu filho há 2 anos atrás e tudo o que eu sentia era uma agonia enorme, um mal estar constante, que não me deixou dormir durante 6 dias seguidos (um total de 144 horas sem dormir), tendo que entretanto ir a um psiquiatra que me diagnosticou pânico e me medicou. mas mesmo com toda a ajuda do meu marido, da minha família que foi sempre incansável, a situação piorou e perto da altura do Natal diagnosticaram-me depressão pós parto! Sofri tanto e a minha família à minha volta tb! Foi um trauma tão grande que ainda hoje existem coisas que, ao fazerem lembrar-me daquela época me fazem sentir triste, em pânico, com medo de voltar a passar por tudo outra vez! Ainda hj tenho tratamento psiquiatrico e faço psicoterapia e sou uma sortuda, porque tenho possibilidades de comportar essa despesa e tenho tb muita sorte porque o meu filho sempre foi uma criança fácil e muito meiga e querida! Ninguém devia passar por isto. muito menos quando se tem um filho, porque perdemos tanto e ele perde também! Ainda hj tenho mazelas e ainda não estou curada, mas já sou novamente eu (pk eu deixei de ser fosse o que fosse) e sou mãe!
O que consegui perceber, é que realmente pouco se fala sobre esta doença, pouco se alerta as grávidas para tal realidade e muita coisa tem que ser feita neste setor! Eu sou psicóloga e sei que quero criar um projeto que para além de abrir os olhos da sociedade para esta dolorosa realidade, tb quero criar grupos de ajuda para estas mães que sofrem de uma doença tão dilacerante!! Felizmente, eu estou viva, mas muitas vezes pensei que queria deixar de estar! Também pensei em abandonar todos e fugir (sabia que o meu menino estava bem entregue), mas não o fiz, principalmente por mim, porque eu queria saber o que era novamente sentir-me contente, sentir-me feliz e porque queria muito, mas muito mesmo ficar boa! Ainda não estou totalmente, mas estou lá quase! Força mães que não vêem luz ao fundo do túnel! Procurem ajuda! E acreditem que a luz aparece!!
Quando eu leio notícias como esta, eu não consigo condenar aquelas mães (e não estou a falar de mães maltratantes, que fazem mal aos filhos sem qualquer problema de consciência). Essas mães estão em grande sofrimento e tenho quase a certeza que a culpabilidade as segue para todo o lado! Já não conseguem pensar, estão completamente desesperadas e muitas delas sem qualquer tipo de ajuda ou entendimento!
Infelizmente a sociedade ainda não está preparada para aceitar este facto tão aterrador: como é possível uma mãe sentir-se tão mal com o seu filho que devia ser uma benção! Mas a verdade é que isto acontece e a sociedade tem que se preparar, mesmo para tentar prevenir que estas situações aconteçam!
ninguém é suposto ser um cubo de gelo! é impossível! a mim afeta-me imenso ouvir estas notícias e na 2ª feira passada nem conseguia dormir a pensar na menina fechada num porta bagagem! fico doente e tento não saber , é a minha defesa!
não sei se entendo pois algures na depressão há uma luz de racionabilidade, ou não? pode uma pessoa agir "normal" em sociedade e pensar em fazer este atos de loucura aos filhos?
Infelizmente as doenças mentais são muito desvalorizadas e mal vistas. Alguém com depressão é muitas vezes visto como um fraco. Depressão pós parto então…. É socialmente como coisa de meninas mimadas que não aguentaram o desafio. E quando se supera a doença, fica a magoa e a dor. Porque olhamos para as fotos e filmes do nosso bebé e as recordações não são de alegria e felicidade, como deveria ser, mas de tristeza. E pena por não ter sido diferente.
Muito triste sim.
Abençoada enf. Isabel Cruz. Muito apoio me deu ela durante a gravidez e, também, no pós-parto. No entanto, após o nascimento do meu filho, o apoio foi à distância, trocávamos mensagens no facebook, telefonava-lhe, ia lá ocasionalmente para falarmos. Estava tão cansada que não conseguia estar numa sala com mais bebés a chorarem. Para além dela, valeu-me o marido que esteve connosco durante bastante tempo. Depois de tantos anos de infertilidade, sentia-me perdida, frustrada, mal-agradecida, por não conseguir estar a gerir todo aquele turbilhão. O meu filho não gostava de dormir sozinho, precisou de muito colo, teve problemas de ganho de peso, eu estive internada no hospital (com ele) durante 1 semana, tinha ele quinze dias de vida. Não cheguei a procurar ajuda, mas foi fundamental fechar-me no ninho e afastar todas as pessoas que me traziam ainda mais angústia e sentimentos de culpa. Está quase a fazer 1 ano que nasceu, quero ter mais filhos, mas não guardo boas recordações dos primeiros tempos. Sentia-me atropelada por um camião TIR de emoções. E cruzei-me com médicos e enfermeiros que em nada ajudaram, outros pareceram-me anjos na terra, por olharem para mim com empatia. Abençoada enf. Isabel Cruz. 🙂