A magia de ser uma mãe inexperiente.

Tempo de leitura: 2 minutos

Li esta crónica da Inês Teotónio Pereira que sigo religiosamente aqui, esteve parada algum tempo no blog, (quase dois anos na verdade) e agora regressou, com um novo bebé (amoroso) e um livro que  (shame on me) ainda não adquiri chamado Humor de mãe. Mas páro sempre que ela “fala” porque sei que vou rir, ficar intrigada, ou refletir, de forma descontraída e sem grandes metafísicas ou stress no “maternalmente correcto” (vejam esta! lol).
Eu não me flagelo muito quando erro. Pode parecer presunçoso, mas acho que faz parte da minha personalidade em geral. (Não tenho tempo para auto ou outros flagelos).
Claro que se não souber aliviar as cólicas do meu bebé é um stress, ou não ter estado atenta a um episódio mais triste que os pode ter marcado. [Ou uma vez que fiz um arranhão sem querer no nariz da minha filha mínima e fiquei para morrer.]
Mas sei que os amo até mais não, e isso, se Deus quiser, vai pesar no prato da balança quando eles mais tarde me apontarem o dedo às inúmeras situações em que eu os, eventualmente, vou traumatizar. O erro faz parte da vida e de crescermos com ela. Tento emendar, seguir em frente e, acima de tudo, não repetir a asneira. E é isto. Já chorei, já fiquei triste, já tive muitas dúvidas, claro. Tenho a perfeita noção que sou uma mãe em construção e que nem sempre estou à altura do papel. Muitas vezes a desempenhar esta personagem, queria trocar para o papel de filha, mas o elenco já está formado e a cena não volta atrás.
Quando me nasce um filho (expressão linda), {a falar assim parece que tenho uma catrefada deles, mas são “só” dois}, sei que não vou ser a professora, mas a aluna. E é assim que encaro a maternidade. Só sei que nada sei até que o meu bebé me instrua e me dê todos os passinhos que devo seguir.
Tenho sempre a mesma dúvida durante a amamentação, há momentos em que acredito que o meu leite está fraco, há alturas em que desespero sem saber o que fazer às dores de barriga, há cocós que me são estranhos, ou respirações que não sei se são pieira, farfalheira, tosse, ou se está simplesmente, a ressonar, se bolsou ou vomitou… 
Olhando para trás gosto da inexperiência. Adorei aprender [tanto] com os meus filhos. Que graça teria não termos a odisseia da descoberta?! Adorei perceber que sou capaz. Amei o momento em que me foi apresentado o instinto maternal, esse fantasma até então desconhecido, e perceber o bicho selvagem que ele é, sábio e decidido fazendo de nós meras executantes de um comando poderoso e que responde apenas e só à voz dos nossos filhos. Adorei confirmar que posso desesperar mas que, na hora H, não há ninguém que substitua uma mãe, ou um pai. Que não há lição melhor de vida que a maternidade e que os nossos filhos são mestres, todos os segundos, deste nosso caminho deliciosamente inexperiente. 

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