O dia em que escolhi ser criança para sempre

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A maternidade é o maior teste da nossa vida. É o melhor mas o mais intenso. É o que mais nos dá mas o que mais nos desgasta. Quando damos por nós, temos a casa virada do avesso, passamos o tempo a rabujar, e estamos irreconhecíveis.
Mudar, tentar pelo menos, não é só bom para os nossos filhos. É ótimo para nós.
Foi isto que percebi. Quando mudei de horário, e passei a acordar às 5h30 da manhã todos os dias, o cansaço foi-se acumulando. Passados uns 3 meses nesta incursão ao horário do guarda-noturno comecei a ir abaixo. Acumulava com as sessões fotográficas que fazia às famílias, as edições de madrugada e já não dormia uma sesta-sobrevivência antes de os ir buscar à escola. Às vezes dormia 2/3 horas por noite. (Afinal correr por gosto cansa.) 
Dia-após-dia fui juntando pequenas birras, ou pela casa que desarrumavam em 2 segundos, ou pelas saídas de casa, ou pelas birras deles [eles, sim, têm idade para isso.]
Até que percebi que eu não queria ser assim nem um segundo. (E que isto era uma bola de neve). Que preferia ter tudo do avesso do que filhos a toque de caixa e sérios. Que preferia tudo de pernas para o ar, mas todos a rir e a gostarmos de passar tempo juntos. Que era uma pessoa muito melhor e com muito mais para dar que aquela resmungona que às vezes aparecia e que dizia um milhão de vezes a mesma coisa.
Agora, penso antes. Respiro primeiro. Não repito as vezes infindáveis. Claro que ralho e que tenho muitas ordens. Claro que tenho dias mais irritada e que eles têm outros em que estão insuportáveis. Mas não passo a vida a resmungar pelas migalhas no chão. Prefiro ter uma tarde como a de há uns dias em que brinquei como em miúda às escondidas, à apanhada, ao lencinho vai na mão e ao Lobo das cores* e fui, com eles, novamente criança.
*Joga-se assim:
É um menino a apanhar. Cada criança escolhe uma cor. 
Menino: Truz truz
Grupo: Quem é?

Menino: É o lobo das cores!
Grupo: Qual cor?
Ele diz uma cor e o menino que a tiver escolhido tem de fugir.

Fotos: Crush 
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