*Já não faz sentido.
Começou por ser uma necessidade de ser fiel à minha personalidade. Dava por mim a ralhar, cansada até de me ouvir, por coisas de nada. ora migalhas, ora brinquedos, ora bulhas, ora barulho.
Porque é que as mães é que fazem sempre o papel de chatas na vida dos filhos?
Eu não vou ser a chata dos meus!
Comecei a ler como tentar mudar as coisas, como ser EU na maternidade. [Não nos esquecermos da nossa essência no meio deste papel desafiante é a grande questão.]
Uma pessoa que normalmente está bem, que odeia conflitos, gritos, estar zangada e cansada.
Não que vivessemos em mau ambiente – muito pelo contrário – mas havia castigos e eles ficavam imensas vezes a “pensar” na vida.
Mudei o meu sono. Tenho dormido muito mais. Não dava para aguentar o ritmo das 5 horas por dia. [às vezes mais, mas outras vezes menos]. neste campo quem sofreu mais foi a fotografia, onde fazia noitadas de edição.
Mudei a forma de os “castigar”.
Passei a conversar muito, e a estar atenta à necessidade do momento. Estabeleci algumas regras e essas são inquebráveis. Aprendi a dizer não só às coisas que são não mesmo.
Cortei a televisão e o vício com que andavam nas apps do meu telefone.
Temos têm dado mergulhos no mar [fica tudo a achar que sou uma mãe doida com este frio] e andado soltos na natureza.
Aprendi formas de eles expressarem as suas emoções. Dei-lhes espaço para se oporem à minha , sem no entanto permitir más educações.
Aprendi a abraçar as birras e a aceitá-las como parte do crescimento. Consegui abrir asas e dar-lhes mais autonomia.
Aprendi a confiar que se não comem é porque não têm fome, e se andam descalços não têm frio nos pés. (Apesar de eu continuar a ter frio só de os ver e ficar desolada se não comem a sopa.)
Cortei nos doces e apesar do meu horário tenho lido a história todos os dias e acabando por adormecer com eles. Aprendi que o stress dá cabo da nossa vida, que pode ser viciante e que tem implicações drásticas nos miúdos.
Não é fácil uma harmonia familiar constante, nem a perfeição, mas nunca mais disse: Estás de castigo!
E é possível. Com muita paciência e entrega. Com uns achados em livro. Com tempo e sem stress. Com opções. Com deixar de querer ir a tudo.
Perdemos algumas coisas, mas ganhamos outras muito melhores.
Nós adultos não passamos a vida de castigo. Aprendemos com os nossos erros, passamos a conhecer-nos melhor. E é também assim que todos nos tornamos melhores.
Uma pessoa que normalmente está bem, que odeia conflitos, gritos, estar zangada e cansada.
Não que vivessemos em mau ambiente – muito pelo contrário – mas havia castigos e eles ficavam imensas vezes a “pensar” na vida.
Mudei o meu sono. Tenho dormido muito mais. Não dava para aguentar o ritmo das 5 horas por dia. [às vezes mais, mas outras vezes menos]. neste campo quem sofreu mais foi a fotografia, onde fazia noitadas de edição.
Mudei a forma de os “castigar”.
Passei a conversar muito, e a estar atenta à necessidade do momento. Estabeleci algumas regras e essas são inquebráveis. Aprendi a dizer não só às coisas que são não mesmo.
Cortei a televisão e o vício com que andavam nas apps do meu telefone.
Aprendi formas de eles expressarem as suas emoções. Dei-lhes espaço para se oporem à minha , sem no entanto permitir más educações.
Aprendi a abraçar as birras e a aceitá-las como parte do crescimento. Consegui abrir asas e dar-lhes mais autonomia.
Aprendi a confiar que se não comem é porque não têm fome, e se andam descalços não têm frio nos pés. (Apesar de eu continuar a ter frio só de os ver e ficar desolada se não comem a sopa.)
Cortei nos doces e apesar do meu horário tenho lido a história todos os dias e acabando por adormecer com eles. Aprendi que o stress dá cabo da nossa vida, que pode ser viciante e que tem implicações drásticas nos miúdos.
Não é fácil uma harmonia familiar constante, nem a perfeição, mas nunca mais disse: Estás de castigo!
E é possível. Com muita paciência e entrega. Com uns achados em livro. Com tempo e sem stress. Com opções. Com deixar de querer ir a tudo.
Perdemos algumas coisas, mas ganhamos outras muito melhores.
Nós adultos não passamos a vida de castigo. Aprendemos com os nossos erros, passamos a conhecer-nos melhor. E é também assim que todos nos tornamos melhores.
*(Nós a sermos fotografados pelo querido Pau Storch para esta campanha que amei e que fez tanto sentido numa fase de mudança consciente como mãe. Se passarem na Avenida da Índia a partir de hoje já nos podem ver – e a outras famílias lindas.) Se conseguirem mandem-me uma foto, ok???? 😉
Obrigada,
serve sempre de boa inspiração… Podes partilhar alguma da literatura em que te inspirastes? Acho que preciso muito…
Bem haja,
Paula
Adorável este desabafo e tão difícil de por em prática… eu tb digo muitos sims! e aprendi consigo a usar a natureza a nosso favor para um programa inesperado, uma vista diferente, as memorias…e agora já me pede para repetir. Para mim o que é difícil, é que a minha já está na escola e temos menos tempo, precisa de calma para fazer os TPC. Aí é que eu mudei, porque perco a paciência e quero que faça rápido e não se destraia, e criava-lhe ali um momento de tensão que não pode acontecer! Agora já faz nas calmas, sem stress e no meio de uma brincadeira ou outra!
vi ontem uma coisa que é a sua cara! livros para colorir para adultos, acho que ia adorar fazer com os seus Filhos. Pesquise.
Eu já conheçooooooo!!! Só não me atirei de cabeça porque acho que neste momento me vai roubar tempo;) Mas estou aqui com o bichinho!!! Eu e miçjões de pessoas 😉 eheheh http://www.amazon.co.uk/Secret-Garden-Inky-Treasure-Colouring/dp/1780671067
Como? Como? Como? Também não gosto nada das imposições, do stress, de ir a correr fazer os trabalhos de casa (odeio os trabalhos de casa), de terem de ir para o banho depressa porque depois vamos jantar e se se deitam tarde no dia seguinte parte-me o coração ter de as acordar cedo para a escola, dos castigos, de estar sempre a repetir a palavra não, mas não consegui ainda encontrar a forma de dar volta a isto 🙁
Gosto mesmo muito de ler o que escreve. Obrigada!
Adorei!
Adorei!
Muitíssimo obrigada por este maravilhoso texto!
Penso exatamente da mesma forma e espero conseguir por em prática, algumas coisas que referiu. A minha pequenina tem apenas 23 meses mas já há muito tempo que é uma expert em birras. Fomos há cerca de um mês viajar para os 3 para os EUA e aprendemos a "domesticar" as birras (senão ninguém aproveitava a viagem e andávamos todos em stress). Aprendemos a desvalorizar as birras que têm origem na vontade de dormir e a contornar as restantes com muito baloiço e escorrega, muitas cantigas e passeios no parque. Ainda assim nem sempre é fácil, mas temos que ser nós a fazer por isso.
Não gritar, não stressar, não castigar.
Grata Rita!
Joana
É uma inspiração Rita!!! Estou sempre a aprender consigo!
Realmente, o stress só nos tira qualidade de vida em todos os aspectos!
Obrigada por tudo o que escreve!
Muitos beijinhos
Maria João
Adorei Rita! É isto mesmo!:)
Acho que vou imprimir este post e dá-lo aos pais aqui da creche! Acho que os vai ajudar imenso!
A fotografia está muito gira lá na Av. da India!
Um beijinho e mais uma vez obrigada por tudo!
Francisca
Era este o click que estava a precisar!! Sinto mesmo que preciso de mudar! Eu, não ela!!
Um grande beijinho
Devo dizer que tenho muita dificuldade em compreender como colocar isso em prática. Os pais chegam a casa e têm que fazer o jantar, dar banhos, etc.
O stress e a pressa são mesmo os culpados. Tentar a colaboração deles é uma boa técnica e protegermo-nos dos stresses outra. Já há muitos livros que dão ajuda a peparar-mo-nos por dentro 😉
O que interessa é ir tentando 😉
LINDOOOOOOOOOOOO vou reler isto todos os dias quando tiver filhos, para nunca me esquecer!
Obrigada!
O projeto do Pau é maravilhoso e a família da Rita é de derreter!
BEIJINHOS!
E depois é fantástico quando vamos a conversar e ela comenta que a amiguinha chamou chata e mandona à avó, mas que eu não sou nada assim!
(apesar de achar que ainda podia ser menos e de ter momentos em que só me apetece morder a língua, por ter deixado o relógio e o cansaço imporem-se)
Mas é bom e só nos faz bem a todos esta mudança de postura: "tornamos-nos melhores" 🙂
Olá. É a primeira vez que comento mas gostava de lhe colocar uma questão: isto para funcionar, não tem que ser a dois? Isto é, a Rita fala de si enquanto mãe, mas não do pai. Se me permite a intromissão, o seu marido está na mesma "onda"?
Por exemplo, de manhã, sozinho com dois, com o horários para cumpir, consegue não se enervar?
Eu estou a passar por uma fase horrível, principalmente com a minha filha mais velha (6 anos em Fevereiro). Não faz absolutamente nada do que lhe peço à primeira, faz de conta que não ouve. Basicamente só faz quando lhe berro. Todos os dias me deito com uma sensação de fracasso enorme. Sinto-me a pior mãe do mundo. Todos, mas mesmo todos, os dias me deito a pensar que isto tem que mudar, que amanhã não vou gritar, mas a verdade é que não consigo. Gostava muito de saber como consegue: fala em livros, podia p.f. partilhar que livros são esses? Gostava muito, que falasse mais um pouco desse processo.
Obrigada
Carla
Sim, sim, tem razão. Muitas vezes ligo para casa e aquilo está o caos 😉
As manhãs não são fáceis. E eu também não consigo sempre. Aliás, falho muitas vezes mas sinto que estou a falhar e tento mudar.
Eu não tento mudar o meu marido, nem ninguém, mas converso muito sobre o que sinto e pelo que estou a passar…. há algo muito engraçado que acontece quando nós mudamos. Por osmose ele também tem tentado de outras formas;)
Um dia vamos estar os dois zen 😉
vou fazer um post com sugestões 😉
Mts beijinhos
Sou adolescente e não concordo muito com este tipo de educação.. agradeço muito à minha mãe por ter sido tão rígida comigo algumas vezes e que me tenha posto de castigo. Nós compreendemos que vocês se esforçam por nós mas admitam, mães, não são perfeitas mas nós também não 🙂 há umas semanas a minha mãe foi para o estrangeiro durante 5 dias. Senti a falta dela mas o do que mais senti falta foi daquele sermãozito para me levantar do sofá. Fiquei o fim de semana inteiro a ver televisão e não fiz nada de jeito… não me arrependo disso porque me fez ver o quanto eu preciso de uma mãe. Enganei-me. Da minha mãe!