em que eu podia ter claramente – e com todo o direito – perdido a cabeça, consegui ver o bem que o Mindfulness fez à minha vida e à minha família.
Não é nenhuma seita ou cena esotérica. É tão mais simples que isso.
Ora que o miúdo se lembrou de embater um ovo [fresco] contra o outro que tirou do saco de supermercado que vinha aos seus pés [a mala do carro estava com as bicicletas.]
O que me teria acontecido, ao ver as gemas e as claras que rapidamente deslizaram pelas entranhas do banco de trás até um qualquer local desconhecido e inacessível, seria ralhar. Muito.
Depois de ter descoberto esta forma de estar – que no fundo era a minha antes de ser mãe – não o fiz. Não o fiz conscientemente. Consegui esperar para ver o que tinha acontecido.
E o que aconteceu?
Aconteceu que ele não tinha a noção que os ovos se iam partir. Não percebeu que tinha feito força a mais, nem que eles se iam partir, explicou-me depois. E em vez de sair de mim raiva e fúria, saiu a maior compaixão por este miúdo arrependido e triste pelo que tinha acontecido.
Parei. Observei. Pensei. E só depois reagi.
Queria ser assim sempre. Não sou. Mas as vezes que consigo são mágicas e uma lição muito maior.
Em relação ao post anterior…
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Imagino que seja altamente difícil! Mas, como em qualquer situação na vida, de uma forma rápida, devemos avaliar o que fazer tendo em conta a utilidade da reação. Se ele não o fez propositadamente, se entendeu de imediato o resultado e tirou, ele próprio, dali uma lição e aprendeu empiricamente o resultado da sua atitude, de que adianta massacrá-lo com raspanetes que o fazem sentir-se pior do que já se sente? É um dispêndio de energia negativa desnecessária para os dois e para quem estivesse presente também. Mas é claro que manter a calma não será nada fácil! Há que haver um esforço grande e uma atitude calma só poderá vir de uma mãe que se sente uma mulher tranquila, realizada e não de alguém que trabalha 10 horas por dia, frustrado, fazendo aquilo de que não gosta, que passa pouquíssimo tempo em família e esse tempo é passado a limpar, cozinhar, passar e ralhar… Não há partilha… Repensamos a nossa vida, pensar o que é prioridade para nós e como conseguimos fazer aquilo que nos faz feliz. É claro que não é fácil e é, certamente, um caminho a percorrer diariamente, mas o caminho mais fácil normalmente não é o melhor! Parabéns! Parabéns por criar duas crianças felizes, que serão parte do nosso futuro, e por nos dar exemplos e nos fazer pensar, por nos mostrar que é possível! ;o)
Tão bom…
Também quero ser assim…
Como dizem os meus filhos "são coisas que acontecem, mãe."
Like :-).
boa, Rita! é mesmo preciso um exercício de inspiração/expiração nalguns momentos…
eu não consegui no tal episódio da televisão da sala que também comentei no seu post anterior (https://adoscoelhos.wordpress.com/2015/05/28/violencias/), tive que ralhar porque estava mesmo a explodir porque andamos numa onda de disparates em cadeia, e até porque o meu é mais pequeno e para perceber que, apesar de não se ter estilhaçado como um copo nem ter feito um grande estrondo, o disparate dele tinha sido verdadeiramente grave.
mas durante o dia há inúmeras ocasiões em que, sem saber que se chamava mindfulness, também paro, respiro fundo, avalio em meio segundo, ponho-me no lugar dele e só então reajo. é bom. mas as pessoas criticam-nos e dizem que os educamos mal… :/
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