A minha tribo

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Agarram-na, estrafogam-na, apertam-na e falam com ela com sons estridentes.
Ela, que é super calma, às vezes enxota-os. Acha-lhes graça e chora a rir com eles, mas quando estão histéricos acha mais prudente chamar a mãe. É que eles não são propriamente tranquilos mas não há quem lhe saque mais gargalhadas que o Duarte, nem a faça palrar tanto como a Maria.
Os manos são hiper protetores desta bebé que veio mais tarde e foi ela quem fez nascer todo o seu instinto maternal. De um e de outro. 
É uma distância muito diferente da deles que não têm dois anos a separá-los e logo a dinâmica é completamente oposta. Entre eles há coisas que não acontecem com ela: competição, discussão e impaciência.
 Até parece estranho eu dizer que esta bebé trouxe mais paz à nossa casa mas é a verdade. Está tudo muito mais tranquilo apesar de tudo o que implica um novo membro na família. Mudou algo por aqui. Estamos cada vez mais focados para dentro, para as emoções e ligações. Estamos mais juntos se é que me faço entender.
Um dia eu disse: – Ó mana, outra vez cócó? Ralharam logo comigo porque isso não é coisa que se controle e ela é só um bebé. Pumba!
Agora, se peço um favor geral ignoram, mas se é algo relacionado com a Madalena, saltam e até lutam para ver quem o faz. 
Foi a melhor coisa que nos aconteceu como família. Esta bebé santa, querida e gordinha e todo o amor que nos trouxe e fez nascer.  Até os manos estão mais amigos. Muito mais. Estão uma equipa, como eu tento que sejamos sempre os 5. 
Estamos a tomar consciência desta nova vida, de como a nossa vida vai mudar e de que maneira vamos funcionar. Onde nos devemos focar e o que devemos ignorar. Nunca sentimos que perdemos algo porque ganhámos um bem tão precioso que a conta não faz sentido.
E, sinto-me honrada e abençoada, por Deus mos ter emprestado.
Que seja, a longo prazo e de consumo vitalício. 
Sempre à minha volta. A minha tribo.
[Um beijinho do tamanho do mundo para as mães da Madeira.]

Ficaram lindos Castelos nas nuvens??? ;))

3 thoughts on “A minha tribo

  • Que lindo 🙂 toquei emocionada com este texto. Tenho um pequeno de quase 2 anos e sempre quiz ter mais filhos, o marido também…e de repente o pai ja nem quer ouvir falar nessa hipótese e a minha assusta pensar num segundo filho com a mesma personalidade do 1o. É o menino mais doce, mais fofo e astuto que conheço…na mesma medida tem mau feitio, teimosia e birrice que não lembra a ninguém…ora, assim sendo não é fácil pensar num segundo quanto mais num terceiro…mas fico a pensar que deve ser maravilhoso. Parabéns pela família fofa

  • Parabéns Rita. Os meu filho e filha, a dias de fazerem 5 e 2 anos, estão cada vez mais cúmplices e ele derrete-se com a "palhacita" que lhe calhou como irmã! Um bobo da corte de 80cm que faz rir toda a gente lá em casa.
    ele também anda muito difícil como o seu Duarte (teimoso, desobediente), mas ver crescer esta irmandade compensa todas as arrelias.
    Um grande beijinho. MB

  • Que família maravilhosa! Eu tenho uma menina de 2 anos e meio e uma de um mês e, se pudesse e tivesse coragem… não me importava nada de ter mais um, ou dois. 😛
    É preciso alguma coragem para ter famílias grandes mas acredito que não existe nada de mais maravilhoso do que construir uma família. Muitos parabéns por esses miúdos fantásticos! <3

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