Uma nova fase.

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[Guardar bocadinhos de vida nas gavetas.]
Foram 16 anos dedicados ao jornalismo. 
Entrei para um programa chamado Caras Notícias (lembram-se??) uma semana antes de abrir a SIC Notícias. Tinha tirado Marketing e Publicidade e nunca pensei trabalhar em televisão. Mas surgiu uma oportunidade de última hora, fui a uma reunião e comecei no dia a seguir. Uma sorte e um feliz acaso do destino, mas caí completamente de para-quedas.
Não fazia ideia o que eram offs, nem que havia uma linguagem específica ao pequeno écran e, tirando as festas da escola, nunca tinha agarrado num microfone.
Mas tinha lata e era feliz. A coisa foi-se fazendo. 
Os dias passaram, aprendi muito e dormi pouco. Adorava aquele programa e as oportunidades que me dava. 
Dormi no Hotel do gelo na Lapónia, fui ao deserto a Marrocos, vi muito de Itália, Suiça, Suécia, EUA, fui a dezenas de eventos na neve (odeio!!!!), conheci gente como o príncipe Alberto, o Orlando Bloom, a Cate Blanchett, a Anna Kournikova, também conheci anónimos e sítios espetaculares. No verão vivia no Algarve. Isto para uma solteira era uma vidaça. 
Um dia, casei, tive a minha primeira filha e quando voltei da baixa de maternidade, o programa tinha acabado. 
Fui colocada na redação, no jornalismo puro e duro. Fui muito bem recebida, sem preconceitos. 
Apesar de saber que não era a minha casa, meti mãos à obra e aprendi tudo outra vez. Muito mais.
Afinal nunca planeei nada na minha vida e se ela me estava a dar limões eu ia fazer limonada de certeza. 
Veio política, economia, coisas do dia a dia. Tudo fora do meu campeonato. Sabia que não era feita para aquilo. Mas a SIC é uma casa enorme e tem uns profissionais do outro mundo. E eu nunca tive vergonha de dizer que não sabia.
Passaram-se (num ápice) 16 anos {e 3 filhos} e eu continuava a sentir que não era o que queria. 
Por mais voltas que desse, e por mais chefes queridos que me davam sempre o mais leve e criativo para me entreter.
Gosto de uma espécie de jornalismo. Gosto de histórias de vida, de sucesso, de coisas positivas e criativas, mas odeio hard news. 
Infelizmente é difícil fugir delas numa redação. 
Foi aí que me enchi de coragem, abracei os meus colegas em jeito de agradecimento, libertei-me do meu conforto, meti tudo numa das gavetas mais preciosas que tenho no coração e vim à procura da minha felicidade.
Obrigada por tudo. SIC.

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