E se fosse um lovebook!

Tempo de leitura: 2 minutos
Desliguei o meu Facebook pessoal durante 3 anos. 
Bem, na verdade, acabei sempre por estar informada, com ou sem ele.
A informação hoje em dia chega rápido e por muitos veículos. É muito difícil fugirmos dela.
 Também trabalhava numa redação e com redes sociais, e, por isso, não foi uma saída drástica.
Mas agora voltei. 
Reabri a minha conta porque vou começar a trabalhar a partir de casa e não queria estar “fechada para o mundo”.
Queria matar saudades dos meus colegas e manter-me “viva” neste planeta.
Quem não está é esquecido, não é o que se diz?
Bem, e neste momento estou a tentar uma convivência saudável e equilibrada com ele.
Mas a coisa não é nada fácil.
A primeira coisa que li – já nem me lembro qual foi – tive logo vontade de voltar atrás nos meus novos planos.
Mas mantive-os. Retirei a pessoa das minhas amizades (na verdade era só uma conhecida de há muitos anos e já nem tinha ligação) e continuei o meu percurso que me ia fazer ressuscitar dos mortos.
Claro que não sou super ativa mas acabo por saber por ali imensas coisas. 
Talvez por estar tão afastada durante tanto tempo, as críticas péssimas, a forma de ofender, de agredir, de desejar a morte, de crucificar, tocaram-me imenso neste regresso.
Há ameaças de morte, há julgamentos sem conhecimento, há segundos tirados de um concerto de horas, há insultos ao desbarato, há imensos treinadores de bancada, há opiniões para tudo, sobre tudo, há pessoas que têm sempre alguma coisa a dizer sobre todos os assuntos, e dizem-no sem qualquer elegância, há coisas que parecem e que não são, há heróis que no dia a seguir estão completamente espezinhados no lodo.
Criticam-se corpos, musculosos, mais flácidos, com uma elasticidade surreal.
Há até pequenas falhas, erros que TODOS cometemos ou podemos cometer, e lá vem um atirar pedras, pedregulhos à Obélix mesmo, sem dar hipótese de emenda.
E se fosse conosco? E os nossos telhados de vidro?
Tenho um lema que prometi a mim mesma seguir sempre.
Para além de procurar sempre e somente o meu lado bom – porque quereria fazer acordar o mau?? – nunca escreverei nada sobre ninguém que não o consiga dizer à frente.
E não só à frente dela. À frente dos seus filhos. À frente dos seus pais. Dos seus avós.
Teriam estas pessoas coragem para dizer tanta coisa assim cara a cara?
Não me parece…
Bem, na verdade para mim falar mal não é sinal de coragem. Coragem às vezes é falar bem, ficarmos felizes pelos outros, elogiar. A mais bela coragem implica algo de bom. 
Acho que é um bom princípio e que se deve fazer este raciocínio antes de todos pormos as mãos no teclado.
Vocês que estão aqui e a quem eu chamo de fofinhas – porque 99% são!!! – prometam-me isto:
Não escrevam se não o puderem dizer na cara, sim?
Vamos tornar este mundo virtual tolerável e com mais respeito entre todos.
Comecemos nas mães. Com certeza esse espírito chegará aos nossos filhos.
[É que nós temos o poder de fazer mudar o mundo e temos o futuro dele a viver em nossa casa.]
Tanta coisa negativa não nos pode fazer bem à saúde, nem à alma. E não pode ser bom para os nossos, para o futuro, nem principalmente para o agora.

10 thoughts on “E se fosse um lovebook!

  • Bravo, não diria melhor! Ando a ficar saturada com os comentários absurdos que leio por ai. Mesmo não sendo dirigidos a mim, fico triste ao ver como as pessoas são capazes de dizer determinados tipos de coisas… Concordo quando diz que a verdadeira coragem é dizer bem, desejar o bem, ser feliz pelo outro… isso sim seria uma mais valia para as redes sociais, para o mundo em que vivemos.
    Adorei Rita! Sempre a marcar pontos 😉 Beijinho do coração

  • Percebo perfeitamente o lado positivo das redes sociais, o eliminar barreiras físicas e blá blá que já todos conhecemos, mas na verdade nunca criei nenhuma conta pessoal. A vida real já dá tempo trabalho de gerir que ñ teria energia para a vida virtual.
    Se por vezes ñ sei que os conhecidos e colegas de trabalho foram de férias, o destino e o que tinham no prato ao jantar!? Sim, sou info-excluída desses factos, mas vivo bem com isso. Em contrapartida tento ter uma maior proximidade física das pessoas que realmente gosto e penso que isso é mais benéfico.
    Obrigada pela frontalidade e boa onda, Rita. É por isso que volto sempre aqui.
    Cristina

  • Subscrevo cada palavra! Acho lindo! Tanta coisa negativa só nos vai contaminar e conspurcar. Mesmo só de ler, tanta raiva e acusação, estamos a enviar mensagens negativas ao nosso subconsciente, e ele devolvê-los a negatividade através de mal-estar ou desconforto, que por vezes não sabemos a causa!…
    Um grande beijinho.

  • Concordo com cada palavra, mais uma vez. Nem está em causa se o rapaz foi ofensivo (coisa em que não acredito) ou não, mas toda a polémica desnecessária em relação a isso. Caramba! Não é isso que importa. O que importa é tomar medidas para que não se volte a repetir o que se passou e que foi muito grave. Isso é que nos devia mover. Não o que um miúdo diz…
    Precisamos de mais amor nas nossas vidas e, sobretudo, nos nossos pensamentos e atitudes.

  • Lindo texto Rita. És linda por dentro e por fora! O mundo seria tão melhor para os nossos filhos se todas as mães tivessem essa postura. Adoro o que escreves. Beijinho enorme.

  • Que bom ler isto… ensino isto aos meus filhos, mas fico a pensar: serão uma minoria, vão ser gozados por serem bons e não tratarem mal ninguém, e embora saiba que estou a fazer o correto, fico angustiada por ter dúvidas se serão prejudicados no futuro, mas depois leio isto e fico com mais força para continuar. O mundo precisa mesmo de pessoas boas umas para as outras, de forma genuína. Muitas Felicidades para si e para a sua família linda.

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