Abaixo os TPC.

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Querido TPC, 
Quem és tu que tem a ousadia de pedir mais das nossas crianças?
Quem és tu que esperas ainda mais tempo de concentração? O que queres deles e o que queres de nós?
Quem és tu que tens a coragem de retirar o tesouro mais precioso que os pais têm hoje em dia para os filhos? Quem és tu que tens o atrevimento de carregar desta forma a família?  Quem és tu para abusar da palavra infância? 
Até quando podemos permitir que a escola entre assim sem bater em nossa casa, quando tantas vezes não podemos sequer entrar na escola?
Em casa, o trabalho é nosso e é só o amor. E o tempo.
É nessa função que devemos apostar todas as fichas. 
É essa equação difícil e exigente que devemos solucionar.
Em casa, o trabalho é a relação, onde as contas se fazem à família e a não muito mais que isso. Onde se somam emoções, ligações, tradições, educações. Onde se subtraem tantos excessos e falhas da nossa ausência. E onde se multiplicam vontades, cumplicidades e empatia.
Onde as letras se entrelaçam para soletrar palavras de afeto. Onde o meio não é estudo mas vivência. Onde devemos esticar o corpo da ginástica do dia a dia, onde a pauta deve conter a mesma música, à mesma batida, calma e relaxante. Onde os risos são formas de arte e os abraços um poema enorme.
O trabalho para casa é feito de pequenos vazios, de pequenas pausas, de pequenos silêncios e contemplações. Onde se aprende tanto sem caneta, esquadro ou manuais.
Querido TPC., peço-te por tudo que nos deixes. 
Não haveria melhor lição que essa.

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