Da horta com amor

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Estou feliz por fazer este post porque vou partilhar um bocadinho das nossas manhãs de sábado.

É a este sítio maravilhoso que, agora, vamos buscar os nossos legumes biológicos para a semana e onde aprendemos inúmeras coisas.
É ao lado de nossa casa, em pleno parque natural, e perto do mar, o que lhe confere uma magia especial.
O Rui [e a mulher Maria João] são daqueles casos de casais que um dia resolveram mudar de vida.
Tudo pelo biológico. 
Uma paixão que foi crescendo e se tornou assunto sério.
Disseram-me outras pessoas que lá vão, que o Rui é capaz de ser a pessoa que mais percebe de biológico em Portugal.
E não me admirei.

Trago de lá o que deu nessa semana.
Pão maravilhoso, integral, broa, e normal que não é nada normal porque é amassado em moinho. Os ovos são biológicos, mesmo. Cruzamo-nos com galinhas a chocar e a avisar assim que o põe.
O Rui diz que é um som especial e quando o ouve já sabe que há ovo.
Há 4 cães que para além de adorarem os seus donos, servem para afastar as matilhas que às vezes aparecem. Há 7 gatos, todos com nome, uns mais selvagens e outros mais ao pé de quem os visita.
Há patos e agora cordonizes.
 Ir à horta é já um ritual e não me sai assim tão caro.
Este cabaz dá-me para a semana toda. [Custou menos de 20€].
 O resto completo no supermercado convencional, agora já há muitos à apostarem no orgânico [e eu toda feliz], e nos que se dedicam só a este tipo de comida. 

Hoje em dia a alimentação é, talvez, um dos meus maiores focos e onde mais invisto.
O biológico está, felizmente, cada vez mais acessível, porque cada vez mais as pessoas se preocupam com o seu combustível.
E eu prefiro gastar mais aqui do que numa roupa nova, ou algo que não me faz falta.
[E comer menos, também é importante.]
Estou a aprender também graças à Filipa a trazer o slowliving também para a cozinha. A não querer tudo no prato que não seja de época, local, não processado… A respeitar o solo, o seu tempo, os seus ciclos, a qualidade de vida dos animais… Como se vivia antigamente.
As atrocidades que se fazem hoje em dia, em termos químicos e não só, só podem ter implicações na nossa saúde e no nosso futuro. 
E esta é a melhor herança que posso deixar aos meus filhos: bons hábitos, boas escolhas e saúde.
Claro que, com crianças, às vezes, temos de fechar os olhos, mas se 99% for saudável na maioria dos dias, já é ótimo.
Bem, a Baby Madalena ama tudo o que é verdes e fruta [e tudo, na verdade]. Ela ama comer. [A malagueta não correu bem mas deixei-a experimentar na mesma.]
O ser local é muito importante. Bem como a sazonalidade.

Por exemplo, os meus filhos já sabem que não vão poder deliciar-se mais com aquele tomatinho pequeno e saboroso. Já não é o tempo dele. E que as galinhas estão a demorar a fazer a muda da pena por causa do calor e que, enquanto não a mudam, não põem ovos. Também sabem que agora é muito importante que chova.
 E estas lições, que dali trazemos juntas com o cabaz, são o melhor que lhes posso passar. Voltar a comermos como dantes. Sem aviões pelo meio, sem usar químicos para estender o seu prazo, sem ter tudo o ano inteiro. Saber que não podemos comer morangos em novembro.
E cada coisa que dali trazemos é um trunfo ganho e um grande certo no quadradinho da vida.
Obrigada Rui e Maria João. É uma honra conhecer-vos.

Estrada da fonte Velha 1049 Casal dos Palheiros, 2750-035, Areia, Guincho
[Quem tem a Duna da Cresmina nas costas vai para essa ruazinha em frente. Atravessa o parque natural e à direita tem a horta.
[Só abre aos sábados das 9h30 às 13h00]
Digam que vão da minha parte. 😉

7 thoughts on “Da horta com amor

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