Um jantar assustadoramente bonito.

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Desde que viemos para esta casa rendemo-nos ao halloween. As crianças são felizes aqui neste dia e, por isso, todos somos felizes também. Mistura-se a geração do pão por Deus com bruxinhas, caveiras, morcegos e outras coisas assustadoras. Bate-se à porta de todos os vizinhos e todos eles têm um docinho para as crianças. Tantos que passam a ser vários docinhos, mas vá… Um dia não são dias.. E este vale mesmo a pena.
Estive a fazer uma surpresa para fazer agora aos miúdos quando chegarem da escola. Um jantar assustador com estas peças lindas que amo da Bordallo Pinheiro.
A ementa também vai ser de susto:
Cérebro [couve flor]
Olhos de peixe [Quinoa]
Esqueleto em fatias [cogumelos]
Sopa de Sangue de morcego  [com beterraba]
Sumo de vómito de dragão [de pera]
O que acham??? 
Agradeço a amabilidade da Bordallo Pinheiro que, me sabendo fã, gentilmente nos ofereceu estas belezas para um Halloween em família! 😉

7 thoughts on “Um jantar assustadoramente bonito.

  • Honestamente???? Não acho piada nenhuma e acho que até eu tinha pesadelos no resto da semana!!!!
    Não consigo entender o porquê de os portugueses implementarem na nossa cultura esta festa que em nada nos representa e tão mórbida. Mas gosto de si na mesma.

    • Permita-me uma correcção: a celebração do Dia das Bruxas é uma tradição bastante antiga em algumas regiões de Portugal, bastante mais antiga do que, por exemplo, o Pão por Deus.
      Devido à herança dos celtas que se estabeleceram na região a partir do século VII a.C., também no norte de Portugal se esculpiam e iluminavam abóboras ou cabaças para que se assemelhassem a cabeças assustadoras, a que se dava o nome de "cocas".
      Aliás, a acreditar no relato de João de Barros no século XVI (penso que era no Décadas da Ásia, mas não estou certa), o fruto a que chamamos coco tem esse nome porque alguns membros da tripulação de navegadores achava que eram parecidos com as tais cocas.
      Em publicações de cariz mais etnográfico no início dos anos 60, ainda se observava a tradição de grupos de crianças irem pedir doces de porta a porta, levando as ditas abóboras, na noite de 31 de Outubro. (O filólogo Manuel de Paiva Boléo escreveu sobre isso na Revista Portuguesa de Filologia em 1963, referindo-se a um centro urbano como Coimbra, onde vivia e ensinava.)
      Já o Pão por Deus, surgiu apenas em 1756, um ano após o grande terramoto: a Igreja Católica apropria-se da festividade pagã pré-existente para promover a assistência aos mais pobres, num contexto em que a reconstrução ainda estava longe.

      É uma festa que não tem piada nenhuma e é macabra? Muitos discordarão mas eu também não gosto. O que se celebra hoje afasta-se da tradicional celebração do dia das Bruxas com as cocas e segue antes um modelo globalizado? Sim, também concordo. No entanto, está longe de ser uma tradição importada que nada representa a cultura portuguesa.

    • Desconhecia, no entanto continuo a achar que as máscaras, maquilhagem e afins é importado. Detesto ver crianças com máscaras e fatos tão macabros.

    • Mas as celebrações do Dia das Bruxas tradicional portuguesa de que há relatos também eram macabros: o que não havia era os materiais e técnicas de caracterização a que se tem acesso hoje e que permitem fazer máscaras muito mais assustadoras do que um lençol com dois buracos para os olhos de antanho.

      Para além disso, não sei se podemos falar em importação quando as máscaras de miúdos e graúdos nas celebrações do Halloween nos EUA não são tão macabras como as que vemos em Portugal: há algumas bruxas e vampiros mas há sobretudo muitos super-heróis, princesas ou, em crianças muito pequenas, animais (no ano em que vivi nos EUA, havia também muitos minions pois o filme era recente). Ou seja, assemelha-se mais ao que se vê no Carnaval em Portugal. Talvez – e aqui limito-me a especular – como em Portugal, ao contrário dos EUA, há oportunidade para se mascararem novamente pelo Carnaval, por aqui deixam-se as máscaras não macabras para Fevereiro.

      O que eu acho engraçado (e é provavelmente a única coisa que acho engraçada no Dia das Bruxas) é que assim acabam por se aproximar mais das celebrações do Dia das Bruxas relatado nos anos 60 do que do Halloween americano, ainda que a maior parte das pessoas desconheça que esta tradição existia em Portugal.

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