A [im]perfeição do meu Natal.

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Todos os anos, o meu Natal vem carregado de imperfeições completamente perfeitas. 
Às vezes, fecho-lhe a porta e fico a espreitar pela janela. 
Só para ficar de fora a observar a azáfama.
Há discussões, há atrasos, há quem se esqueça da salada que ficou de levar, há alguém que queima o jantar, há a história da minha cunhada que passa 3 dias a “embebedar” o peru e quase que lhe guarda carinho, há pessoas que odeiam a parte dos presentes e outras que deliram. Há cómicos na família a conversas pouco Natalícias mas que nos fazem rebolar no chão a rir. Há teatros dos miúdos. Há sempre o filme “Música no coração”. Há crianças felizes por estarem com os primos. Há o coro da missa. Há muita gritaria. Há manhãs maravilhosas. E um sentimento de família que, apesar de imperfeita, é uma perfeição.
Estou séculos à espera que chegue mas, às tantas, já só rezo para que acabe. 
Cá em casa começamos a festejar bastante antes já que há “muitos Natal” na minha família.   
1 mês antes faço, numa folha de excel, a tabela das festas. É um tetris. 
O nosso cá de casa, o do meu pai, da minha mãe, do meu sogro, da minha sogra, da minha avó, dos meus irmãos emprestados [fora os jantares de amigos]. Ou seja, tenho 7 festas para dois dias, o que é menos que o Carnaval.
Tentamos bater as capelinhas todas e, nesta época, sinto-me uma verdadeira slot machine a fazer tabelas em casas alheias. É caótico.
Os miúdos andam bêbados de sono, fazem birras e ficam histéricos com os presentes que tento racionar. Mas andam tão felizes!!!
[Não há nada no ano igual àquele brilho nos olhos…]
A Madalena dorme no carro ou no carrinho de passeio. Os manos mais velhos deitam-se a horas impróprias. Andamos sempre carregados. Sacos para a frente e para traz e muitas coisas esquecidas por onde vamos. 
E é a época em que todas as personagens revelam a sua essência. Em todos os sentidos.
Há sempre uns presentes extraordinários. Já recebemos um paliteiro [onde anda o emoji do espanto?], um dos meus filhos já recebeu uma carteira de pele e, claro, que já fomos premiados com as típicas meias.
Fico sempre curiosa com o que vai calhar seguir e, só por isso, o Natal já vale a pena. 
Para ser verdadeira, não me lembro muito de comer nestes dias. A correria é tanta que essa parte me falha. Mas desde o polvo, ao bacalhau e peru não falha nada. A minha avó, que fazia doces para casamentos, tem sempre uma tarte de amêndoas maravilhosa, uma bôla e queijo de ovos.
Um destes anos, achávamos que não chegava ao Natal [parece que Natal não tem plural]. Chegou. E hoje está melhor que qualquer um de nós. E isso, para mim, é Natal. 
O LIDL desafiou-me a partilhar o meu Natal convosco. É um Natal imperfeito cheio de pequenas perfeições. Têm muito de espreitar o anúncio maravilhoso com tantas boas imperfeições tais como as cá de casa. Está tão bom!

7 thoughts on “A [im]perfeição do meu Natal.

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