Ser blogger é o novo "quero ser famoso"

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Noutro dia apareceu-me uma publicação estrangeira de uma senhora que escreveu um livro onde se propunha a transformar qualquer pessoa, do zero, numa influencer. Nada contra e espero que venda muito. Mas fez-me lembrar, quando ouvia alguns miúdos responder “ser famoso” ao que queriam ser quando fossem grandes. 
Ser famoso tem, para mim, mais coisas más que boas. Mas vá… Isso dava uma discussão do caraças e há ainda quem pense que receber press kits é o melhor que se pode ter nesta vida.
Em primeiro lugar. eu não me decidi tornar blogger. Foi uma coisa que foi acontecendo. Que fui construindo para mim e que acabou por chegar a mais pessoas. Já passei por muitos momentos aqui. Já fui muito ativa, nada ativa, já vi o auge dos blogues e o aparecer de outras redes sociais.
Depois, para ser paga, porque não pago a luz com cremes, tenho de batalhar muito, tenho de me reinventar, de estar atenta. Quando se queixam das parcerias que os bloggers fazem acho que deviam pensar que é assim que conseguem sobreviver. 
Numa entrevista em que me perguntavam como via a questão da influência dos bloggers no futuro respondi que, com este crescente de influencers, a salvação é a confiança. Saberem que não lhes irei faltar à verdade, mesmo que tenha sido paga para falar disto ou daquilo.
Na verdade, gostava de ser mais paga. Quando se é mais pago tem-se liberdade suficiente para rejeitarmos trabalhos. E isso é o sonho de uma blogger.
Acho que tenho vindo a construir, calmamente, esse caminho. Que nunca foi, nem em tempos de SIC,  com vista a ser famosa. 
Eu gosto é de comunicar e de, alguma forma, poder inspirar. Daí também a Tribo, onde posso inspirar com outras histórias.
Por isso, não pensem que esta é a nova não-profissão. Dá muito trabalho e é preciso muita resiliência até que se receba no título do email: proposta de parceria (paga). Se não fosse paga a 60 ou 90 dias então seria ouro. E se fosse certa, o paraíso. Se eu estivesse feliz numa profissão, pela qual recebesse um ordenado ao final do mês, certo, seria o ideal. Tento ter essa liberdade com outros trabalhos não ligados às minha plataformas. Mas com o trabalho que dá acho justo que  seja pago como profissão.
Se isto me acontecer mais em 2019, é bom sinal. É sinal que posso continuar por aqui, a partilhar, a informar ao meu jeito, a experimentar por vocês, sempre com a liberdade de recusar porque não me identifico.
Um beijinho a todos (com o desejo que sejam sempre pagos pelo vosso esforço)

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