A pressa é a madrinha do arrependido!

Tempo de leitura: 2 minutos

E eu que o diga!
A minha estreia no papel de madrinha
foi inesquecível!
Em todos os sentidos.
Saio do trabalho a correr,
vestido, sapatos, collants,
acessórios…
 tudo preparadinho de véspera.
– Linda menina!!! –
Baptizado às 18h,
3 horas dava para tudo
e mais algum pormenor.
E-RRA-DO!!!
3 horas não dão para nada
quando se tem duas crianças para ir buscar à creche,
3 pessoas para vestir,
4 pessoas a dividir uma casa-de-banho
e um sem-número de contratempos
que acontecem sempre por mais organizadas que sejamos
Saio do trabalho a correr,
lembro-me de ligar para o salão
para arranjar mãos e pés…
(Que raio de ideia!)
Pensei que seria mais rápido
do que ser eu a fazer….
E-RRA-DO!!!!
– Sim, sim! Pode vir que temos um bocadinho livre.
Bem… chego ao salão,
sento-me, ligo para o marido a cravar para ser ele a buscar as crias.
Afinal, homem é bem mais rápido
– ou não – e eu estava ali em versão dondoca,
a ignorar que o mundo continuava
e que me ía cair todo em cima dentro de momentos.
Marido acede, e eu ali continuo
em versão negação.
Começou logo quando me apercebi que tinha deixado o porta-moedas em casa.
No trabalho tinha andado em modo «pago-te amanhã»
e NUNCA MAIS ME LEMBREI!
Ligo outra vez ao marido.
– Antes de ires buscar os miúdos podes passar aqui com dinheiro?!
– s.a.n.t.o.-
Dinheiro na mão, beijos até mais não,
marido para a creche, eu para casa.
Visto-me em 3 segundos e meio.
(Já estava penteada e maquilhada note-se)
Acessorizo-me em 2, bebo um cafezinho num golo.
Chegam as feras, oiço-as a 2 quilómetros.
Banhos, berros, roupas, laços, sapatos!
Yes!
Prontos para sair.
Eis se não quando…
O velcro do sapato do boy raspa nos meus collants.
Baixo-me e salta-me o salto do sapato.
Ponho cola branca – a única que havia lá em casa –
mal ponho o pé, escorre por todo o lado,
inclusivé para o tapete da sala.
Boy agarra-se a mim e roça a camisa branca
na minha cara – cheia de base –
que de imediato passa a castanha.
Quando mudo os collants – por um milagre tinha uns extra –
o verniz das unhas dos pés vem todo atrás.
Olho para o relógio.
Conto até 10.
Não há outra hipótese!
Pego na girl, que estava pronta
e tirando não parar de falar e de querer
uma trança igual à minha no cabelo até estava a portar-se bem –
 e peço ao s.a.n.t.o. para ir com o boy depois.
Afinal, madrinha que se preze não se pode atrasar e
eu não estava pronta para falhar na estreia.

(Vela e santinho amorosos daqui!)
No meio disto tudo,
tinha saído de casa de manhã antes deles acordarem
e – já conhecem o meu filho –
 estava cheio de saudades
da mãe.
Chego a horas, encho o peito de ar para encarnar o papel
e libertar todo o stress acumulado…
Afilhado um xuxu!
Tudo sobre rodas até que chega o ‘Qué mãe’
que ecoa na acústica da Igreja
exige o meu colo
e até faz o Padre perder o raciocínio.
E quando eu ía brilhar…
de toalhinha em punho para secar a cabecinha pura do afilhado…
e o padre me chama:
… não estava no meu lugar!
 
 
 
  
 
 

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