Acerca da pedofilia…

Tempo de leitura: 2 minutos

Quando a girl nasceu tínhamos a intenção de não a mostrar.
Conversámos, debatemos o tema e decidimos. Íamos protegê-la.
Foi depois da saída da maternidade, ainda sem decisão tomada, ela apareceu dentro da maxicosi, connosco a olhar um para o outro a pensar que não tínhamos debatido o assunto.
Na primeira vez que fui a um evento, levei-a no sling e parecia uma fugitiva.
A olhar 360º a ver se alguém estava a disparar – também ainda um bocado as hormonas protetoras de mãe recente – e foi um inferno.
Eu já trabalhei nesta área e sempre pensei que quem não quer aparecer, não vá. A experência deixou-me tão desconfortável que cheguei a casa e disse ao meu marido que aquilo não era para mim.
Não conseguia viver assim, sem liberdade, com receios… E a partir daí passei a fazer a minha vida normal.
Se os puder levar é mais tempo que passamos juntos. Se não quiser que eles fiquem associados a determinado assunto não os levo. E saiu-me um peso de cima.
Sempre fui bem tratada pela imprensa e NUNCA tive um problema.
Depois veio o blog e esta partilha e aqui o campeonato é outro. (Se bem que pedófilos também compram revistas.)
O tema foi outra vez debatido e, quem me acompanha há mais tempo, sabe que no início não mostrava as caras deles. A fotografia falou mais alto e comecei a mostrar um bocadinho mais, e a relaxar sem me preocupar muito com papões.
Todos os dias leio histórias e o mundo é mesmo um terror.
Ontem o papão voltou, mais assustador que nunca, e as sirenes desta casa disparam todas outra vez.
A verdade é que, neste caso, ser “figura pública”* até é benéfico. Seria rapidamente apanhado e identificado alguém que partilhasse fotos dos meus filhos, porque muitas pessoas os conhecem. (Ora vejam o George Alexander Louis ali escarrapachado perante o mundo.)
Bemmmm….
Ela existe. Sempre existiu. Infelizmente irá existir.

Hoje em dia há o acesso virtual, antigamente era porque as crianças andavam mais sozinhas.
Há pessoas doentes que lhes dá para aquilo. Há uma justiça lenta que os liberta sem cura, acompanhamento, supervisionamento.

Tenho, sinceramente, mais medo quando forem os próprios a partilharem e a poderem conversar com eles directamente sem que eu perceba. E aí os ataques são mesmo perigosos.
E, uma coisa importante, a maioria dos pedófilos é alguém perto. Família, vizinhos, amigos.
E fica o alerta e a minha decisão.
Quero viver a minha vida com os meus filhos sem ter medo dessas coisas. Sem andar escondida. Esta é a evolução dos tempos e, por isso, olhos abertos, perfis fechados para quem pode e let’s live life!
Um beijinho e obrigada a todos
*Coisa que dizem que sou mas que acho mesmo estranha e nunca o senti. Talvez porque desde pequena a minha família, de escritores, tenha lidado muito bem com a exposição e isso para mim seja tão natural como a minha sede. Ou seja, não páro dois minutos a pensar se vou beber um copo de água.

O Socorro! Sou mãe… também está no Facebook

10 thoughts on “Acerca da pedofilia…

  • Rita, obtem qd vi o perfil do pedofilo entrei em transe. Fiquei chocada com os comentarios horrorosos q ele fazia sobre fotografias inocentes de crianças. Mesmo não estando la nenhuma fotog da minha filha, apaguei todas as fotog dela q tinha no meu perfil. Sou marketeer de profissao e sempre tive à vontade com as redes sociais e partilhar as minhas alegrias, mas ontem o susto foi grande e vou-me resguardar. Bj grande para si. Gosto muito do seu blog

  • Concordo Rita! Até os meus filhos fazerem 1 ano, também optei por não mostrar fotografias demasiado explicitas, mais para os resguardar do mundo do que propriamente por ter medo. Entretanto acabei por achar que não valia a pena andar com tanta ginástica, e comecei a mostrá-los como eles são! Afinal, quem se cruze conosco na rua, na praia, no supermercado, vai vê-los assim! Ontem adormeci a pensar nessa página, que acabei por não ver (e não tenho pena nenhuma!) e decidi que não vou mudar nada! O facto é que sempre houve pessoas assim, e sempre houve actos horrendos para com as crianças, e se agora são mais falados, é porque estamos na era da comunicação! Por agora, posso controlar os meus filhos, e tentar perceber se as pessoas que deixo que se aproximem deles são de confiança, mas mais breve do que penso, serão eles a controlar as suas vidas… e aí o que posso fazer? Ser a melhor mãe do mundo para que queiram partilhar o mais possível das suas vidas comigo! E acreditar que tudo vai correr bem!
    Beijinho!

  • Rita, na minha opinião, para uma mente doente como aquela até uma criança coberta de roupa a passar na rua deve ser fascinante e não podemos evitar que os nossos filhos andem na rua.
    Não imagino que consiga proteger os meus filhos de todos os perigos mas vou esforçar-me para que tenham ferramentas para o fazer sozinhos e vou também fazer o meu papel de mãe atenta.
    Por mais que nos resguardemos há mentes demasiado doentes e é disso que temos de ter consciência, o uso das fotos é só uma possibilidade e este foi só um exemplo. Há perigos na escola, junto de pessoas que conhecemos, na rua, na praia e onde nem sequer imaginamos. Para mim foi muito importante ver aquele perfil sobretudo por me ter dado a conhecer um lado tão sombrio que eu não imaginava existir e, deste modo, pude acordar para uma realidade com a qual terei de ter muita atenção.
    Lamento pelos pais daquelas crianças que não fizeram nada de errado e devem estar a sentir-se muito confusos e revoltados. Espero que seja feita justiça neste e em todos os outros casos em que as crianças saem prejudicadas.
    Beijinhos

  • Acho que o mundo online torna-se perigoso quando passa a ser offline, real.
    Bem vistas as coisas, em muitas situações do dia-a-dia as nossas crianças estão expostas.
    Na praia, na rua, nos jardins, nas escolas.
    Quem sabe se uma foto minha não estará num site qualquer? Qualquer pessoa, em qualquer sítio público pode tirar fotos. Na nossa cidade, quando vamos ao estrangeiro, até os satélites nos apanham e aparecemos no google earth…
    E é mesmo como a Rita diz, há muito mais perigo na família, nos amigos, nos vizinhos. Isso eu estou atenta e sou desconfiada.
    Há que tomar consciência que os perigos e riscos existem, mas sem alarmismos e exageros.

  • Rita,
    As fotografias que o pedófilo partilhava, eram fotos postadas pelas miúdas de quem ele se fazia amigo. Estranho é que são amigas umas das outras, em comum o colégio, a catequese ou grupo jovem religioso… Uma mãe em fúria é capaz de suster a respiração e vasculhar tudo!! Foi o que fiz numa tentativa de encontrar os pais destas crianças para os avisar. Encontrei alguns e enviei mensagens privadas, e por este alerta espero que eles não me tenham levado a mal… Volto a dizer que as fotos foram partilhadas da cronologias das miúdas e não dos pais!

  • Sem dúvida Rita! subscrevo na integra 😉
    Condenar a nossa (curta) existência ao medo, infelicidade e atrofio é que não.
    Eu costumo dizer que quando uma pessoa não tem bom coração vê maldade em tudo… e em relação a essas mentes doentes, pior ainda. Enquanto não "construírem" um mundo novo vamos ter que viver neste da melhor forma possível 😉

  • Senti um arrepio ao ler este seu post e os comentários, pois não faço ideia do que falam, estive uns dias sem internet e tv, mas posso calcular.Também eu, no inicio não publicava fotos dos meus filhos, mas aos poucos, comecei a fazê-lo.
    Na verdade, o expormos deste modo os nossos filhos, é um risco que se corre, mas a rua, os amigos, os vizinhos, todos eles o podem ser. Tenho medo, como qualquer mãe, mas vivo atenta e aos poucos vou-lhes ensinando a evitar determinadas situações que os possam colocar em perigo, um perigo real, que sempre existiu mas que lamentavelmente, só agora, há relativamente poucos anos, se despertou para ele.

  • Olá Rita ,

    Concordo plenamente ….
    Hoje é o facebook ,ontem eram as revistas, e amanhã será outra coisa qualquer ….
    Temos que nos adaptar a esta "era" e principalmente viver e deixar os
    nossos filhos viverem …..
    Gente perversa sempre houve e infelizmente sempre vai haver
    Deve ser um horror para as Mães/Familia das crianças em questão , é um
    choque para todos até nós que não somos da familia .
    Mas tambem me preocupa mais quando eles andarem a solta pela net sem a
    nossa supervisão

    um beijo grande as familias lesadas ,um beijo solidário ,ontem foram eles amanhã
    quem sabe …….

    um beijinho
    Raquel

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