Quando caíu um camião tir em cima do meu carro.

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Podia ser só mais um título a chamar a atenção para um post que não tinha nada a ver, mas não. Foi literal.
Estacionei no sítio do costume. Fui trabalhar.  Enquanto fazia uma das minhas tarefas mais mecânicas, tinha nos auscultadores uma conversa daquelas motivacionais do Youtube. Juro! Tinha recebido no meu mail depois de uma dica da mama mia. Ensinava a aceitarmos os momentos menos bons, a encararmos a vida com alegria… quando me vêm avisar que um camião tinha esmagado o meu carro.
Fiquei a pensar naquilo. Na ironia. Não fosse ter ficado com o carro todo partido tinha desatado à gargalhada…
Depois comecei a fazer contas à vida. Não pelo carro, porque espero que isso se resolva, mas na logística de uma mãe sem carro que entra no trabalho às 6h30, que tinha prometido à filha ir buscar os patins novos para amanhã ir à aula, o supermercado, etc, etc, etc….
A minha irmã perguntou-me logo: Choraste? 
E eu percebi que não só não tinha chorado – facto inédito da minha personalidade – como estava estranhamente calma. Tive pena do senhor mais velho que guiava o camião, que fez voar outro e o próprio para cima de outros 3 e que foi de ambulância. Tive pena de uma das lesadas que disse que tanto lhe tinha custado comprar aquele carro e que talvez seria melhor dá-lo para abate que sempre lhe davam 150 euros. Pensei no milagre de não estar a passar ninguém. Pensei na sorte de não estarem ali os meus filhos, eu ou alguém…
E pensei também será raro – se Deus quiser – acontecer-me outra destas. Mas que na verdade nunca se sabe! E por isso mais vale mesmo é sorrir. E agradecer!

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