Ando feliz. Sempre o fui, é certo, mas agora junto felicidade a paz interior, com um bocadinho de consciência e atenção e dá-se magia.
Às vezes ainda há algumas birras. Mas são cada vez menores, mais curtas e eu prória já não as olho como birras.
Percebo que fazem parte do crescimento dos meus filhos e da sua caminhada para a independência.
Já é raro ralhar e têm-me ainda mais quando choram, quando amuam e quando desobedecem.
Afinal é isso que pedem quando fazem tudo isto.
Ou precisam de atenção, ou de orientação ou de libertação.
Ando feliz. Não há gritos, castigos, não há ameaças.
Era isto que sentia que queria ser quando a ideia de mãe era só isso, uma ideia.
Depois com o cansaço, a responsabilidade e a pressa as coisas baralham-se para dar lugar a um ser estranho que se devia chamar mãe-mulher-amor e se chama chata-picuinhas-enervante.
Agora não os deixo sozinhos nos momentos piores. Nos momentos de frustração, de rebeldia, de revolta estou ao lado deles. A falar e a abraçar.
As fúrias têm sido trocadas por colo, as zangas por diálogos, os castigos por amor.
Ando atenta a ver do que precisam MESMO os meus filhos. [E não falo de compras, claro, que até essas têm diminuído ainda mais].
Ando a conhecê-los melhor, a ver que pessoas são e onde lhes posso ser útil.
Tenho andado a partilhar muito menos com o mundo, mas muito mais com eles.
Já consigo ver as coisas a que chamam desobediência, ousadia, mal criação, como características tão boas no futuro deles, como coragem, audácia, atrevimento, confiança.
Ensino-lhes o que é ser-se bom e caridoso.
Ainda tenho tanto para aprender desta arte que é a maternidade e destes professores que são os filhos.
Sim, é verdade. Tenho o meu trabalho a mil, sessões para entregar e outras para fazer, um livro para estar pronto em junho e quase nada feito – ai Jesus!!! -, a casa para arrumar – mas até esta está a melhorar e a ser feita em conjunto – livros obrigatórios para ler e muitas outras coisas que têm andado mais devagar.
Sobra-me ainda menos tempo agora, é certo, mas tenho ganho um muito melhor.

Das coisas com mais sentido que li até hoje sobre "ser mãe".
Obrigada Rita por esta partilha tão feliz.
Oh tão querida! ?
bonito! também tento, mas nem sempre consigo…nada fácil!
Nem eu. 😉
faço igual. não há o pleno, que isso do país das maravilhas é só para a Alice, mas também é este o caminho que escolho para mim e para os meus. Um beijinho com saudades, Ritinha!
Rita, mil vezes obrigada por estes textos escritos com o coração que fazem querer ser mais, ser melhor, rir, abraçar e estar com os meus filhos com outro vagar… Ser mais "Rita"*…