Baby led weaning

Tempo de leitura: 3 minutos
Com algum esforço [refiro-me ao monetário], vou conseguir ficar em casa com ela até um pouco depois dos 7 meses. Iria regressar mais cedo mas consegui pôr tudo o que tinha de férias e folgas em atraso. Isto porque queria muito amamentar em exclusivo até aos 6 meses e fazer a transição para os sólidos devagar. Ao seu ritmo. Voltar aos 4 ou 5 meses deita tudo isto por terra. [Há qualquer coisa aqui nestes timmings que não bate certo, mas isso dava para outro post ;)]
Apesar de não ter praticado com os meus outros filhos, sou uma apaixonada pelo Baby led weaning há muito tempo, ou seja, “desmame conduzido pelo bebé”. 
Trocado por miúdos, lentamente o bebé vai escolhendo trocar a maminha por alimentos, ao seu ritmo. Vai também ganhar gosto pela comida, descobrir sabores, trabalhar a motricidade fina e movimentos e ganhar autonomia.
Muito basicamente, o BLW é um método de introdução alimentar na forma de sólidos e não em sopas e papinhas. Ou seja, em vez de tudo moidinho, dão-se alguns alimentos específicos (fruta e legumes no início) aos bocados (grandes) de forma a que o bebé os consiga agarrar para lamber, saborear e comer o que e o quanto quiser. 
muitas regras, claro, mas os pediatras amigos do BLW defendem que desta forma até se reduz o risco de se engasgarem [o que mais assusta as mães nesta técnica] porque desenvolvem esse reflexo que têm e aprendem a evitar o engasgo.
A amamentação continua a ser a base e o cantinho para ele voltar se não estiver saciado, com fome ou sede. 
Estou ainda a estudar tudo isto, a ver como encaixo tudo quando não estiver com ela.
Claro que isto é mais fácil para quem está em casa com eles até mais tarde, mas com calma vou tentar este método e falar na escola sobre a possibilidade de o manterem lá. 
Falem com o vosso pediatra sobre tudo isto. Não façam nada sem estarem muito bem informadas. Eu estou nesse caminho ainda e vou partilhando por aqui as minhas decisões, talvez até com vídeos.
Mas, à partida, faz-me muito sentido. Só não sei se o vou conseguir fazer a 100% quando não sou eu a dar. Mas vamos ver.
Assim de regras básicas já aprendi que:
  • Alimentos duros como a cenoura, a maçã e a batata por exemplo têm de ser cozinhados [Nem podem ficar muito duros nem a desfazerem-se]
  • Bróculos e couve flor são ótimos alimentos para começar
  • Os bocados têm de ser grandes e finos por exemplo um quarto da maçã (sem casca)
  • O bebé se não consegue agarrar é porque não deve comer (a natureza está bem feita)
  • A família, irmãos, pais, devem tentar comer à mesa com o bebé porque ele imita o que vê 
  • Mais à frente, quando chegar por exemplo às uvas devem ser às metades, sem casca e sem caroços
  • Não se deve pôr no prato mas diretamente no tabuleiro da cadeira para evitar excesso de informação
  • É importante que se mantenha a amamentação até aos 6 meses e não se tenha dado, nem se dê, água com biberão normal. (Há uns que já imitam a maminha da mãe e eles têm de fazer o mesmo esforço como se estivessem a mamar).

Aqui vai um vídeo para verem tão giro:

http://youtu.be/JCQeAtLM7EE

Têm coisas para me contar sobre o BLW?
P.S. Acho que a minha baby [que fez hoje 4 meses] vai amar petiscar. Cheira-me, não sei porquê;))
Beijoooo

9 thoughts on “Baby led weaning

  • Adoro sempre a sua partilha destas maneiras diferentes de criar os Filhos. Estas suas pesquisas para nos dar a conhecer a base da suas decisões. Pessoalmente acho que deve ser bem mais trabalhoso, menos higiénico e mais arriscado. Mas aguardo novidades e experiências felizes.

  • Agora no segundo filho, também já tinha conhecimento disto e já tinha decidido tentar fazer.
    A minha bebé mamou até aos 6 meses, mas como voltei ao trabalho aos seus 6 meses, uma semana antes começou com a sopa e papa de fruta.

    Não adorou, tentei também a papa, primeiro biológica e sem açúcar e não gostou.
    Ia comendo, mas sempre com dificuldades. Rapidamente percebi o seu interesse por comida, porque papas e purés não gosta muito.

    Desde os 7 meses que fui dando legumes cozidos (brócolos, couve flor, curgete, beringela, ervilhas. Atualmente adora banana e pêssego.
    É uma rapariga muito independente, pois nunca queria que lhe desse a comida.
    Tinha de ser ela a comer do tabuleiro ou espetava o alimento num garfo (sim um garfo), comia muito bem, desde que fosse ela a levar à boca.

    Depende de cada bebé e da sua independência e vontade. Tenho este termo de comparação, pois tenho um filho mais velho, que nunca quis comer sozinho.
    Até aos três anos tinha de lhe dar a sopa e o biberon, pois não queria ser ele.
    Queria carinho? Era mais preguiçoso? Sei lá, cada um é diferente.

    Para além da independência, a grande diferença que vejo, é que ela come imensos legumes cozidos, pois foi habituada desde cedo a come-los.
    O mais velho não gosta, lá está, porque comia tudo na sopinha e quando se dá os alimentos inteiros, já é tarde demais, eles têm outra consciência e odeiam tudo o que é legumes.

    Adoro vê-la a comer brócolos e as ervilhas, que são pequeninas mas consegue apanhá-las muito bem com os dedos, tem uma ótima motricidade fina.

    beijinhos

  • Rita, temos feito Baby Led Weaning com a Isabel e acredito muito nas vantagens desta forma de introduzir a alimentação complementar, embora reconheça que claramente não funciona em todas as famílias, nem com todas as pessoas.
    Para além do respeito pelos timmings de cada bebé e de todos os benefícios no seu desenvolvimento físico (motricidade fina, mastigação, dentição e respiração), quero acreditar que a longo prazo, nestes tempos de tantos distúrbios e erros alimentares em que vivemos, ajuda a regular desde cedo o apetite e a relação emocional com a comida da forma mais instintiva. Comer para saciar a fome, parar quando não se tem fome. Continuando aquilo que se começa com a amentação em livre demanda, o bebé auto-regula a sua alimentação em função das necessidades que tem.
    Com a Isabel tem corrido muito bem, desde os 6 meses, agora quase a fazer 1 ano.
    O medo passa assim que assistimos ao primeiro engasgo (não confundir com asfixia) e percebemos como os nossos bebés são capazes de tanto mais do que aquilo que a sociedade do tudo-a-correr nos formatou para acreditar.
    Aconteceu apenas umas duas vezes e foi resolvido na boa por ela.
    O principal problema é o tempo que eles demoram a comer, porque é um processo muito mais demorado (mais para a frente, quando já comem maiores quantidades). Muito mesmo! Acredito que em famílias com mais crianças este possa ser mesmo um grande handicap…
    Por cá tivemos muita sorte, porque começámos na Primavera, com imensa variedade de legumes e fruta sazonais. A Isabel no início, para além dos clássicos brócolos, couve flor, cenoura e batata doce, adorava espargos. Chupava-os até ficarem um fio.
    A todos os que queiram experimentar (e vão sempre a tempo, mesmo que já tenham iniciado a diversificação pelo método mais tradicional) sugiro que procurem o máximo de informação e a leitura deste livro:
    https://www.amazon.co.uk/Baby-led-Weaning-Helping-Your-Baby/dp/0091923808
    Há também vários grupos de mães no FB que praticam este método e com quem se podem trocar informações, sugiro estes dois, portugueses:
    https://www.facebook.com/groups/portugalBLW
    https://www.facebook.com/groups/169471826789432/

    Tenho sempre muitas reservas em relação a falar destas coisas nos meus blogues, mas acho que quando a Isabel fizer 1 ano vou fazer um post no No Soup a falar da nossa experiência com o BLW.
    É tão desconhecido e penso que acrescenta tanto ao que se faz tradicionalmente, que vale a pena falar-se disso.

    Boa sorte!

  • Olá! Também tentei adotar cá em casa, mas voltei ao trabalho quando a pequena tinha quase 8 meses, e a maminha era mais que muita… Baby-Led-Weaning leva o seu tempo de aprendizagem e os 8 meses não chegaram para o que tinha idealizado. Sem querer desanimar, é muito melhor do que voltar aos 4 ou aos 5! Claro que depois foi dificil dar continuidade porque a pequena foi para um berçário, se tivesse ficado com os cuidados personalizados de 1 familiar focados nela talvez tivesse sido possível. No berçário é igual para todos… não há tempo para isso. Força e parabéns pela linda família***

  • Simplesmente Ana, a introdução dos talheres para quem faz BLW é mais fácil com o garfo, o que permite que até aconteça mais cedo (claro que isto depende de inúmeras variáveis, porque cada criança têm os seus timmings de desenvolvimento e também é importante que seja orientados). No meu caso, a minha bebé completa para a semana 1 ano, e já come do prato pela mão dela (embora, claro, com alguns "ataques" ocasionais) e estamos a começar a praticar o uso do garfo. Ainda não come com ele, mas quando está bem disposta e para aí virada, se eu picar a comida com o garfo, ela já pega e leva à boca de vez em quando.

  • Olá! Tenho estado a fazer algo parecido com a minha pequenina de 9 meses (também é a número 3 :)) sem saber que existia um nome técnico (BLW) e apenas porque intuitivamente achei que fazia sentido. (Só soube que existia este nome por um comentário recente da Susana no blog da Joana Roque, Obrigada Susana) O que fiz foi, deixar a sopa mal triturada desde sempre e, depois das primeiras 2 refeições, ofereci sempre a fruta em pedaços e da forma como descrevem. Com os meus outros dois filhos usei o método tradicional sopas trituradas+papas. Depois, quando aos 9, 10 meses tentei introduzir os bocadinhos foi bastante complicado. Agora achei que não fazia sentido andar 3 meses com coisas trituradas e depois de repente querer mudar as regras do jogo. Afinal fui eu que os habituei a sopas trituradas durante 3 meses… Conclusões: Eles levam mesmo muito tempo a comer, como refere a Susana. Às vezes, é capaz de não comer nada de especial porque não está com paciência ou tem sono. Acho que só consigo fazer isto porque ainda estou com ela e continua a mamar sempre que quer, o que me dá a sensação de rede de segurança. Por outro lado tem tido uma evolução a comer pedaços (se estiver inspirada come um pessego aos bocadinhos) que não vi em nenhum dos meus dois primeiros filhos. Acho que é um método mais coerente, porque há, de facto, uma aprendizagem progressiva e uma relação mais feliz com a comida, até de alguma brincadeira, o que acho muito saudável. Tenho algum medo dos engasgos, claro, e por isso costumo estar sempre a vigiá-la. Ja cheguei a tirar-lhe alguns pedaços da boca com esse medo, que me esforço por controlar. A logística com mais crianças é mais complicada, é verdade. O que faço é iniciar a refeição com ela antes da família (enquanto pomos a mesa e assim) e depois juntamo-nos a ela à mesa. Assim dou-lhe mais tempo… Quanto aos talheres acredito que por imitação acabem por usá-los na mesma altura dos bebés sem blw, ou até antes porque são mais autónomos na sua alimentação! Beijinhos

  • A morar em Inglaterra faz com que seja um tema super falado. Sempre quis fazê – lo com os meus filhos e com a primeira correu tudo muito bem. Acho fundamental fazer um curso de primeiros socorros para bebés (ajuda imenso a relaxar quando eles se engasgam). A minha filha ainda não tem dois anos e meio e alem de comer de tudo já come de colher na perfeição e bastante bem de garfo e faca. Se ainda come com as mãos? Sim! Algumas vezes mas faz parte. Não lhe damos comida à boca e refeições são tranquilas. Com o segundo também queria fazer o mesmo mas calhou – me um preguiçoso que o que gosta é de por às mãos na cadeira, chegar a cabeça para a frente e abrir a boca. Agora com 9 meses já tem interesse em comer por ele e está a melhorar imenso a pinça. Pela minha experiência o mais importante é seguir o que eles querem e se eles não se sentirem prontos para BLW, esperar uns meses ou fazer só com alguns alimentos. Eles lá chegarão!

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