Isto de se escrever um livro para mães e futuras mães,
quando não se é médico ou outro profissional experiente,
tem MUIITOOOO que se lhe diga…
quando não se é médico ou outro profissional experiente,
tem MUIITOOOO que se lhe diga…
Eis que me deparo com um trabalho que me ocupou durante meses
e se condensou em 260 páginas
em todos (mas mesmo todos!!) os cantos de revenda nacionais.
Livrarias, hipermercados, supermercados, papelarias, bombas de gasolina…
You name it!
e se condensou em 260 páginas
em todos (mas mesmo todos!!) os cantos de revenda nacionais.
Livrarias, hipermercados, supermercados, papelarias, bombas de gasolina…
You name it!
Depois da euforia, entusiasmo e de uma felicidade incontrolável
começou a subir por mim um sentimento de medo.
De TERROR mesmo!
começou a subir por mim um sentimento de medo.
De TERROR mesmo!
Não tinha tido tempo de reflectir, de me distanciar,
de o ver com uns olhos diferentes, de quem nunca o conheceu.
de o ver com uns olhos diferentes, de quem nunca o conheceu.
Socorro! Sou mãe… não é só o nome que dei a obra, mas a toda uma nova sensação
que me aperta o peito e me deixa sem fôlego.
que me aperta o peito e me deixa sem fôlego.
Agora pior que uma mãe, sou uma mãe pública que se armou ao pingarelho de escrever um livro dirigido a tantas mulheres, numa fase tão delicada e sobre a qual tantos ‘experts’ já tiveram uma palavra a dizer.
ATREVIDA!
Mas as exigências, literária e de conteúdos, são umas meninas a comparar com o que agora passou a viver dentro de mim.
Primeiro, ando em busca da bancada onde ele descansa, analisando sempre o destaque que lhe dão, e aproximo-me com cuidado. Finjo olhar para outro livro, bem juntinho ao meu, que confesso não me lembrar do título, do autor e nem sequer do tema.
Estou tããããão nervosa!!!
Olho de soslaio para uma senhora que folheia o dito…
Sou olhada pela mesma senhora que olha o dito, e que volta a olhar para mim…
Sou olhada pela mesma senhora que olha o dito, e que volta a olhar para mim…
Sim, sou eu quem está nessa capa.
Sim, é esse o meu nome, é esse o meu filho, é esse o meu projecto…
Sim, é esse o meu nome, é esse o meu filho, é esse o meu projecto…
É meu! Não! Se quiser é SEU!
Disfarço. Não por me achar a maior, mas porque estou com tanta vergonha que nem sei como reagir.
Riu-me com nervosismo.
E se a senhora não gostar dele?!? (do dito… ) E se afinal este meu filho (o de papel) está fraquito?
Se gosta da capa? Das cores? Das fotografias? Dos temas?
Se gosta da capa? Das cores? Das fotografias? Dos temas?
Aiiiiiiii!!!
Antes que a minha cabeça desse cabo de todo um feito que há 2 minutos me enchia a alma,
a minha atenção é chamada para outro lado.
a minha atenção é chamada para outro lado.
Todos os meus dilemas passaram a ser mais pequenos do que o que se iria passar a seguir…
A minha filha a trepar por uma prateleira,
qual papagaio num poleiro apoiado numa só pata,
do alto dos seus dois anos, preparava-se para atirar, do alto da bancada,
toda uma panóplia de produtos de caros, a pecaminosos de caros, até outros que pouco valiam…
qual papagaio num poleiro apoiado numa só pata,
do alto dos seus dois anos, preparava-se para atirar, do alto da bancada,
toda uma panóplia de produtos de caros, a pecaminosos de caros, até outros que pouco valiam…
Avanço sobre ela, firme. Retiro-a dali para logo de seguida ela se espojar no chão qual lagartixa a quem cortam o rabo,
mas com SOM.
mas com SOM.
A birra foi progredindo, progredindo, até atingir um estado de alerta geral por toda a loja
(e tenho dúvidas se pelo Centro Comercial todo).
(e tenho dúvidas se pelo Centro Comercial todo).
E AGORA?!
A minha reacção parece estar a ser analisada à velocidade do filme Matrix. Lentamente, desvio-me das balas. Ou deveria enfrentar o inimigo?
Se ralho é porque ralho e posso parecer má… Se não, sou permissiva e a minha filha uma mimada sem barreiras e educação.
Riu-me ainda mais nervosa e concluo: A partir de agora todas as minhas atitudes enquanto progenitora estão postas em causa.
Se falho, o meu livro é um flop .
É esta a verdade!
Se falho, o meu livro é um flop .
É esta a verdade!
E então revejo página a página o que escrevi.
- Primeiro pânico: Não posso engordar nunca!!! Estão lá os planos nutricionais que devo seguir à risca. Dou o prazo (ideal) de dois anos para que o corpinho ‘amachucado’ da gravidez se recomponha… e esta barriguinha que ainda ostento não está a dar com nada.
- Segundo pânico: Não posso ter dúvidas!!! Passei a receber mil telefonemas com milhares de dúvidas. Amigas e familiares perguntam-se sobre tudo do gigantesco mundo dos bebés! Hesitar é morrer e dou por mim a desligar o telefonema a dizer: Ligo-te já! Vou estudar esse tema e já te informo!
- Terceiro pânico: Doenças, quedas, queixas e fases estão proibidas lá em casa. Mimos e birras… são fraquezas!
- Quarto pânico: Já não posso escrever sem acentos, com erros, com x’s e k’s… A vergonha!!!
E ainda me vou lembrar de mais com o passar do tempo.
Afinal para ajudar outras mães dei-me à morte!
Socorro! Sou autora de um livro de bebés mas no fundo sou só uma simples mãe
com uma ideia perigosa
mas
RECOMPENSANTE.
Que orgulho Ritinha! Beijo!
Rita, o seu blog é delicioso. Ainda não sou mãe e ainda não li o seu livro, mas prometo que vou comprá-lo, fiquei com MUITA curiosidade! Não tenha receio desta grande responsabilidade que é ter este livro publicado, ninguém espera que a Rita não falhe enquanto mãe, aliás, os seus erros torná-la-ão uma melhor mãe. Parabéns pelo livro e pelo blog! Filipa Silva
Brilhante! Parabéns!
Mts Bjs
AB