Nunca me preocupei de estar rodeada de água.
Mesmo nas ilhas – se houver opção ao ar – não fico claustrofóbica, como dizem muitas pessoas que sofrem deste síndroma.
Fico doente é se não vejo mar ou rio, um riacho, uma cascata, qualquer coisa acima de uma poça que me eleve o espírito e me refresque a alma.
Quanto mais melhor, seja doce, ou salgada.
O rio conheço pior que o mar.
Só quando viajo me aproveito dele.
Tenho muito mais medos do que aqueles que tinha quando era criança e me lançava, em voo, e sem sequer olhar, em São Pedro do Sul ou na Barragem de Santa Clara ou Montargil.
Agora, dou por mim a analisar a corrente, a desconfiar do fundo escuro, e a reviver todas as notícias que se ouvem nos nossos dias.
Se sobem alto, se descem rápido, se estão perto da borda, se têm bóias…
Tenho mais medo agora que sou mãe.
E tento contrariar. Talvez tenha de voltar mais vezes e confiar. Ou entregar e rezar para que tudo corra bem.
Mas concluindo… passo o dia a dizer a palavra “cuidado” e a rezar para que tudo corra bem.
Já noutras questões, perdi o medo depois de ser mãe. Quando acredito estar certa, e quando se trata do bem-estar dos meus filhos sou uma fera! Não descanso até sentir que tudo corre na maré certa. E venha quem vier, eu bato-me!
Esta coisa de ser mãe… Tem doce e salgado…
Ser mãe é mesmo ser Leoa 🙂