E as vencedoras Passatempo Mamã Cartoon são…

Tempo de leitura: 5 minutos
Margarida Auto-mãe-bilista
Vera demeledesa

Já foram contactadas por email.



Aqui vão os textinhos giros e vencedores.

Vera7 de fevereiro de 2017 às 16:11

Sou a Vera, tenho 30 anos, um marido giro (coff coff), 2 gatas malucas e… não me lembro da última vez em que participei no que quer que seja de um blogue. No entanto… esta tua pergunta sobre as mães e os cartoons deixou-me a pensar.
Nops… A minha vida não dava um livro diferente e original mas, penso eu, daria uma bela série de pequenos cartoons com que muitas nos identificaríamos já que…a minha vida é igual a muitas outras! Boa aluna, curso escolhido e acabado em 5 anos (ok, ser rapariga em Engenharia Informática também dá direito a cartoons!!), emprego numa cidade gira, mudança para a minha cidade preferida, compra de casa no sitio onde crescemos, uma gata, o casamento com o namorado de sempre, um filho. Muitas certezas, muitas tabelas de Excel, muito método. Isto escrito parece tão aborrecido que me faz lembrar um daqueles organigramas em que tudo está definido e é expectável!
“Mas esta rapariga não tem nunca que lidar com o imprevisto?”
Hum… Já disse ali pelo meio que tive um filho? E que o meu marido, depois do casamento, se lembrou de mudar o rumo à vida profissional dele e começar uma Licenciatura? E que achamos que a nossa gata estava muito tempo sozinha então… arranjamos-lhe uma companhia? E que eu gosto de acumular part-times e tenho sempre mais ideias que tempo livre? E que a maternidade arruinou 99% das certezas que eu tinha quanto a educação, amamentação, alimentação, estadias de bebés dos quartos dos pais, objectivos de vida e sei lá o que mais?
A pessoa que dizia “bebé meu vai dormir para o quarto dele no máximo aos 6meses” tem agora um quarto de bebé lindo e vazio e uma cama extra junto à cama de casal.
A pessoa que dizia “amamentar um bebé grande? que impressão!!”, amamenta orgulhosamente há quase 16 meses e quer um desmame natural.
A pessoa que dizia querer um parto o mais medicado possível e num hospital privado “para poder ter sempre muita gente à minha volta”, teve um parto natural num hospital público, adiou a epidural e partilhou a enfermaria com mais 2 mães.
A pessoa que comprou um cama, um berço, uma alcofa e um carrinho todo catita para o bebé é que agora adora andar com ele coladinho no Manduca.
A pessoa que dizia que só queria um filho, no máximo 2, tem agora a certeza absoluta que gostava de ter 3 (porque parece ser o limite que a logistica permite!) e tenta imaginar ideias para perceber como se vão equilibrar, um dia, 5 pessoas e 2 gatos em 130m2.
A pessoa que adora o que faz e é ambiciosa pensa, em simultâneo, como um dia seria bom trabalhar apenas em part-time para dar mais apoio à prole! 🙂
A pessoa que achava que a maternidade era muito complicada, continua a achar que a maternidade é complicada mas sente-se muito confiante nos seus instintos!
Não acho que seja uma mãe diferente de todas as outras, com toda aquela magia que a maternidade nos dá. Se a minha vida desse um cartoon, só se fosse um que ilustrasse todas estas antíteses!
Já mal sei porque comecei a escrever este comentário e qual o objectivo. Sou uma chata faladora, e esta pequena “carta” cheia de introspeção foi uma óptima pausa no trabalho. Aproveito para deixar os parabéns pelo blogue, identifico-me muito com muito do que escreves. Continuarei por aqui!
Um beijinho
Vera
Será que a vida de mãe dará um bom livro de cartoon? Deixem-me lá pensar em situações com potencial.
– Aquele episódio que ocorreu quando estávamos na maternidade em que disse e repeti várias vezes, milésimos de segundo antes de pegar no meu filho ao colo, com a voz mais tranquila e doce do mundo, “anda à tia”, em vez de dizer “anda à mãe”. O hábito é uma coisa tramada, a miúda (minha sobrinha) já levava 3 anos de avanço.
– Quando meteram o miúdo em cima de mim, horas depois da cesariana, e desapareceram. Os primeiros minutos foram de puro amor e adoração, mas quando tentei sentar-me/mexer-me foi caricato: se deixasse o miúdo deslizar para o lado direito acabava no chão, uma vez que não tinha protetor; se optasse pelo lado esquerdo, ainda batia com a cabeça no protetor e ficava com um galo na testa; quando tentei esticar os braços para o colocar no berço pequenino que estava ali mesmo ao lado, constatei que não chegava lá. Bem, tive de esperar. Será que se o atirar ele fica no berço aconchegado sem nenhuma mazela!? – pensei… Estou a brincar.
– E quando desaprendemos a conduzir? Não sei se vos aconteceu, mas se até ao nascimento do miúdo acelerava, travava com a agressividade de um taxista, passava por cima de passeios nas curvas (mais apertadas, vá), depois de o miúdo nascer passar dos 30 km/hora era um desafio. Ai Meus Deus, não me abanem o carro que a criança se parte.
– Agora um cartoon relacionado com pontapés: o Antes e o Depois. Quando estão na nossa barriga, é aquele movimento que parece uma duna num dia de sol e de ventania, um alto de um lado, logo depois passa para o outro, um pôr do sol no horizonte… Coisa mais linda! Quando estão cá fora e bem mais crescidos, resolvem assaltar a nossa cama, e aí é que aprendemos a levar pontapés, mas no sentido inverso… não só na barriga. Uma pessoa ficar com um olho negro como resultado de um pontapé nocturno não é nada de anormal.
– Ir à farmácia com o miúdo, tirar uma senha prioritária, passar à frente das pessoas que, por isso, olham para mim de lado. O miúdo a apontar para umas embalagens tipo roll on que estão num expositor e a gritar PAI. Eu a ignorar a situação. O empregado a atender-me com bastante simpatia, excessiva até. Ao pagar finto o raio do expositor com mais atenção… As embalagens são da marca D-u-r-e-x. Sair da farmácia com pouca vontade de lá voltar. Ainda pensei em perguntar ao miúdo “onde estão os teus pais, bebé?”, mas tinha uma senha prioritária…Em minha defesa, juro que não temos nenhuma destas embalagens lá em casa.
– Quando colocas a criança no carro (de empurrar), quando colocas nesse carro 550 Kg a mais do que deves (sacos, brinquedos do parque, etc), quando olhas para o lado 2 segundos para fechar o (outro) carro e o miúdo abana os pés… e o carro (de empurrar) desce o passeio e dá um salto mortal. E a ginástica necessária para o levantar? É que tem quase o peso de um elefante.
– Outro relato interessante é o de chegar a um blogue que acompanho com a periodicidade que me é possível a tempo de participar num concurso (como hoje). Geralmente, quando vejo algum passatempo/concurso/publicidade a algum espectáculo interessante já passou o prazo. O que é que acontece com os nossos relógios/calendários depois de sermos mães?

Sim, confirma-se que isto da maternidade dá um bom livro de cartoon. Quero-o.
Margarida
Querida Rita,

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