Hoje de manhã acordei e, numa breve passagem pelas notificações, vi que uma mãe tinha escrito um post no grupo de Facebook das mães de Cascais onde pedia uma amiga. Lá dizia que não precisava de uma psicóloga mas de alguma pessoa com quem pudesse partilhar alguns momentos da sua vida.
Qual não foi o meu espanto quando nos comentários a seguir, porque fiquei curiosa e fui espreitar, várias mães concordavam e falavam até de criarem esse grupo e combinarem algo entre elas. Falavam de como se sentiam sozinhas, de estarem sozinhas com os filhos, de não terem programas, ou uma conversa…
Nunca antes fomos tão globais e estivemos tão sozinhos. Nunca antes estivemos estão presentes e, à mesma, tão ausentes… Senti uma enorme empatia por esta mãe e por todas as outras que comentaram.
Os dias de semana são a correr, os fins-de-semana reservados para a família, E a vida passa e nós, mães mulheres, estamos sozinhas. Apesar de eu ter amigas (não são imensas mas são suficientes) sinto que muitas vezes o tempo passa e não estamos juntas. Mas também eu já me senti sozinha. Ainda para mais porque não sou a dos grandes grupos. Tenho uma aqui, outra ali…
Talvez também por isso me tenha lembrado de escrever o Socorro sou mãe , o Socorro! Eles crescem tão rápido…, ou de lançar a Revista Tribo. Tudo sempre com a intenção de que pudéssemos sentir que não estamos sozinhas. Depois os filhos crescem e não construímos. Não consolidámos a nossa esfera social para gritarmos a pedir socorro. Demos muito e pedimos e juntámos pouco.
Por isso vos digo que é preciso mantermos essas amizades. Ou criarmos de raiz. Sem vergonhas! As verdadeiras, aquelas raras, as melhores. As que não nos deixam sentir sozinhas. E ainda bem que esta mãe fez este alerta publicamente porque nos faz pensar um bocadinho em todas nós e em quem está à nossa volta. E em vez de se fechar no seu silêncio, com esta partilha fez algo de muito importante.